Confiança do consumidor paulistano cai 7,7% em janeiro, aponta FecomercioSP

Após registrar em dezembro o maior nível de confiança desde fevereiro de 2015, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) voltou a cair em janeiro. O indicador passou de 110,7 pontos em dezembro para 102,2 pontos neste mês, queda de 7,7%. Já na comparação anual, houve alta de 14,8%. A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e a escala de pontuação varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total).

Os dois quesitos que compõem o indicador registraram resultados negativos na passagem de dezembro para janeiro. Após cinco altas consecutivas o Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) recuou 6,1% ao passar de 72,6 em dezembro para 68,2 pontos em janeiro. Em relação a janeiro de 2016, o índice assinalou alta de 19,5% – registrando a quarta alta consecutiva nessa base de comparação.

As expectativas em relação aos meses seguintes caíram. O Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), o outro componente do ICC, retraiu 8,2%, passando de 136,1 em dezembro para 125 pontos em janeiro. Por outro lado, no comparativo interanual, o índice registrou a décima alta consecutiva ao registrar crescimento de 13,2%.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, mesmo que sutil, há uma atmosfera mais positiva do que existia há um ano, com as recentes mudanças no quadro político e econômico. O resultado da pesquisa de janeiro mostra ainda um consumidor insatisfeito com as condições socioeconômicas do presente e inseguro quanto ao futuro. A situação do presente acaba por se refletir também nas expectativas, uma vez que as famílias seguem temerosas em relação ao mercado de trabalho.

Em termos gerais, a Federação analisa que o consumidor inicia o ano de 2017 demonstrando as mesmas preocupações vividas ao longo do ano passado: orçamento apertado por ganhos de renda mais modestos em virtude do aumento real do custo de vida, causado pelas altas dos preços e juros e, principalmente, pela incerteza em relação ao seu emprego no futuro.

Gênero e renda
No resultado apurado pelo ICEA os consumidores com renda familiar superior a 10 salários mínimos (SM) e com idade de 35 anos ou mais foram determinantes para a retração mensal. O primeiro grupo registrou queda de 10,4% ao passar de 85,2 em dezembro para 76,3 pontos em janeiro. O grupo de 35 anos ou mais descreveu queda de 7,8% passando de 62,5 em dezembro para 57,6 pontos em janeiro.

Já a queda do IEC foi motivada, principalmente, pelo público masculino e aqueles consumidores com idade de 35 anos ou mais. O grupo masculino assinalou queda de 10,3% ao passar de 142,4 em dezembro para 127,7 pontos em janeiro, e o segundo grupo de 35 anos ou mais registrou queda de 9,2% passando de 133,5 em dezembro para 121,2 pontos em janeiro.

Metodologia
O ICC é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.

Os resultados são segmentados por nível de renda, gênero e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 1990, a equipe econômica da FecomercioSP adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no País, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central dos Estados Unidos.

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