A redução de vagas no mercado de trabalho tem feito muita gente esticar o olhar para o empreendedorismo. E, para os marinheiros de primeira viagem, as franquias surgem no horizonte como um porto mais seguro do que os empreendimentos tradicionais.
Nesse tipo de negócio, a moda infantil está em destaque, vivendo um momento promissor. “O setor de moda infantil foi um dos mais afetados com a crise desde 2015, mas em 2017 começou a recuperação, o que ficou consolidado em 2018”, avalia Deborah Lima Machado, consultora sênior de negócios da Goakira, consultoria empresarial especializada em franquias e varejo. “Para 2019 e 2020, as perspectivas de negócio são muito boas.”
Segundo dados da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e Confecção (Abit), o segmento de roupas infantis cresce, em média, 6% ao ano. Parte desse desempenho se explica pela necessidade constante que os pais têm de renovar o guarda-roupa das crianças. Afinal, elas crescem rapidamente, e as peças deixam de servir.
Outro fator a ser considerado é a mudança de comportamento das crianças, que participam do processo de compra ativamente. Por isso, as coleções precisam ser atrativas e conectadas com os anseios de cada idade. “Hoje, a escolha das roupas não é mais uma tarefa exclusiva das mães. Com o acesso cada vez mais cedo à internet e, principalmente, com a era dos youtubers, as crianças já sabem o que querem”, diz Deborah. “Esse fato pode, e muito, fazer com que os investidores que estão antenados com essa vertente se destaquem frente aos demais, pois o público mudou.”
Conforme a consultora, a missão da indústria e do comércio de moda infantil hoje não é mais encantar as mães e os pais, mas sim as crianças. “Que mãe não cede à escolha de um vestido para filha ou de uma jaqueta estilosa para o filho?”, analisa Deborah. “É bem comum observarmos esse comportamento em lojas de vestuário infantil. As vendedoras falam com as crianças diretamente e, por óbvio, aquela marca que entende o que a criança deseja tende a ter melhores resultados”.
No mercado desde 1985, o Grupo Kyly apostou em 2010 em lojas próprias da marca Milon e em 2017 entrou no mercado de franquias. O foco dos produtos é o público de zero a 14 anos, e as coleções, tanto masculina quanto feminina, mesclam o estilo clássico e o contemporâneo com inspiração francesa.
A franquia também amplia o leque de produtos com linhas festa, batizado e praia, além de acessórios, calçados e itens básicos. Essa diversidade é um dos atrativos da marca Milon, que já conta com 56 unidades em operação. Até o final deste ano, a projeção é de que a marca conte com 70 unidades em todo o país.
Além dessas unidades, as marcas do Grupo Kyly – Milon, Kyly, Nanai, Amora e Lemon, são encontradas em cerca de 9 mil lojas multimarcas e no e-commerce e já contam com representantes no Exterior, como Espanha, Itália, Inglaterra, Portugal e Bélgica.
Veja 5 dicas que Deborah Lima Machado, consultora sênior de negócios da Goakira, consultoria empresarial especializada em franquias e varejo, sugere para quem deseja investir no segmento.
1) A carência de marcas que traduzam esse novo comportamento de consumo, principalmente em franquias.
2) O crescimento do mercado de vestuário aliado ao crescimento do mercado de franquias – que não chegou a ter queda significativa nem no período de crise.
3) A facilidade de comunicação com o público final. Hoje, as crianças têm fácil acesso aos novos canais de comunicação, como o Youtube.
4) A segurança de contar uma marca consolidada, acompanhada de um consistente portfólio de produtos.
5) O valor para investimento no setor de moda infantil, que não é dos mais elevados entre as franquias, e que permite o retorno de investimento 24 ou 36 meses – em alguns casos, até menos do que isso.