Bibi investe em máquinas automatizadas para produção de palmilhas

Empresa explora conceito de indústria 4.0 para levar automação e tecnologia às linhas de produção

Com uma produção anual de mais de 2,6 milhões de pares de calçados, a Bibi vem apostando em diferentes tecnologias e inovações nos dois parques fabris da marca, localizados em Parobé, no Rio Grande do Sul, e em Cruz das Almas, na Bahia. Ano passado, a empresa promoveu uma alteração no layout de ambas as indústrias, aumentando a eficiência em 18%, a capacidade produtiva em 20% e diminuindo a ocupação em 49% na operação baiana. Já no Sul, houve um aumento de 12% na capacidade e crescimento de 10% na produção com a alteração do layout. Neste ano, a rede investiu na compra de novos equipamentos seguindo o conceito de Indústria 4.0, que visa levar automação e tecnologia para as linhas de produção.

A Bibi avançou com a introdução de máquinas automatizadas e com operação autônoma na fabricação de palmilhas internas nas linhas esportivas. Os maquinários, de desenvolvimento da engenharia da empresa, contam com sistemas integrados de MES (Manufacturing Execution System), que permitem a sensorização completa dos equipamentos e a avaliação da operação de forma remota. A mesma tecnologia está sendo adotada no parque fabril de componentes nos equipamentos de injetoras de termoplásticos e termofixos, e nas linhas de produção de cabedais com alta frequência, dentro de um projeto de modularização, conduzido pelo gerente de Engenharia da Bibi, Milton Walker.

Além disso, os parques fabris contam com maquinários com inteligência israelense para a área de costura, além de tecnologias inteligentes, aplicadas à engenharia a fim de aprimorar a gestão das fábricas. Modelos de simulação computacional e pesquisas operacionais, que transformam dados em linguagem matemática para o desenvolvimento de modelos de simulação, também estão entre as apostas da marca. Com esses modelos é possível ver as unidades operando em 3D pelo computador. A tecnologia também foi utilizada para estruturar o novo layout das fábricas.

“Buscar competitividade dentro das áreas industriais passa por compreender que o propósito da manufatura é servir o mercado. Desse modo, somos desafiados pelo curto ciclo de vida de produtos de moda, a buscar renovação em design, mas também em processos, materiais e gestão. A numerosa quantidade de concorrentes, nos exige trabalhar dimensões competitivas que vão além da manufatura, como marca e distribuição. O grande desafio na área de engenharia é alinhar a estratégia de produção com a estratégia corporativa, fazendo com que as unidades encontrem outros meios de competição, além da tradicional escolha dicotômica de elevação de eficiência para competição por custo baixo”, revela Rosnaldo Inácio da Silva, diretor de operações e competitividade da Calçados Bibi.

Atualmente, a marca conta com uma rede de franquias com mais de 150 lojas, sendo 20 delas internacionais, além de exportar para mais de 60 países e estar presente em 3 mil multimarcas em todo o Brasil.