Aumento das chamadas de vídeo fez crescer a procura por procedimentos estéticos, o chamado “efeito zoom”

Em plena pandemia, franquias de saúde, beleza e bem-estar faturam R$ 8 bi no 1º tri do ano

Desde março de 2019, boa parte dos profissionais migrou dos escritórios para o regime de home office. Com isso, já era de se esperar um aumento das reuniões online realizadas por meio de plataformas de áudio e vídeo.

Estamos a quase 1 ano e meio e com todo mundo se vendo por meio de telas, pequenos defeitos, ficam visíveis nas telas e passam a incomodar – e muito. A esta nova percepção deu-se o nome de “Efeito Zoom”.

Durante todo esse período se percebeu uma corrida às clínicas de estética e consultórios dermatológicos em busca de um rosto perfeito e jovial. Além do “efeito zoom”, a permanência prolongada em casa serviu como motivador para muitas pessoas que já desejavam realizar procedimentos cirúrgicos, mas se preocupavam com o tempo prolongado de recuperação, a buscarem médicos cirurgiões, uma vez que agora era possível passar pelo período e continuar trabalhando sem comprometer a rotina, do conforto de sua casa.

Além disso, a pandemia interferiu diretamente no turismo de lazer. Muitos viajantes constantes trocaram o ‘passaporte’, pela impossibilidade de viajar em um mundo largamente afetado pelo Covid-19, pelo autocuidado, o que acelerou a busca por procedimentos estéticos.

Como reflexos diretos, um levantamento da Associação Brasileira do Franchising realizado entre janeiro e março deste ano, apontou que as franquias do segmento de saúde, beleza e bem-estar obtiveram um crescimento de 12,7% em relação ao ano anterior, atrás apenas de casa e construção.

Além disso, segundo o estudo, o segmento foi o que mais faturou, em todas as regiões do país. E uma empresa que sentiu esta alta foi a rede de franquias de harmonização facial, Royal Face. Mesmo com o fechamento do comércio, a Marca encerrou o ano de 2020 com um aumento de 270% no faturamento em relação a 2019. Já no primeiro semestre de 2021, a rede inaugurou mais 63 unidades.

Dos mais de 40 tipos de tratamentos faciais e corporais oferecidos, os mais procurados são toxina botulínica, preenchimento labial e fios de sustentação. “Muitas pessoas estavam aguardando a retomada dos serviços para realizarem os procedimentos. Ainda a grande maioria é feminina, mas estamos percebendo um aumento grande do público masculino. Houve uma grande procura devido a maior visibilidade na tela do computador ou do celular”, destacou a sócia-fundadora da Royal Face, Andrezza Fusaro.

Dados do Google apontam que a procura por termos, como “harmonização facial” aumentou 250%. Já a busca por “botox no rosto” cresceu 80%. Mas, por que realizar procedimentos em plena pandemia? Para Andrezza, a explicação é bem simples: “As pessoas estão ficando mais em casa e, como isso, fica mais fácil fazer repouso e, em paralelo, tocar as atividades profissionais”.

Quem acrescenta outra explicação para este crescimento é o diretor de Operações, Rodrigo Borelli. “O pagamento e avaliação online iniciados na pandemia ajudaram muito nas nossas vendas. Nós estimávamos faturar 20% por loja com essa estratégia no pico da pandemia. Para nossa surpresa, tivemos franquias que conseguiram até 50% do faturamento com a venda dos serviços online. Mesmo com número reduzido de atendimentos, o tíquete médio subiu. Trabalhamos muito fortemente o aproveitamento e aumentamos a nossa taxa de conversão,” afirmou.

A rede pretende atingir em todo o país 305 unidades comercializadas, sendo destas 240 inauguradas, com o crescimento orgânico em torno de 400% em faturamento, chegando a mais de R$ 200 milhões. Para isso, a Royal Face planeja investir até o fim do ano mais de R$ 40 milhões, gerando mais de 1.000 empregos diretos, e cerca de 1.500 indiretos em todo o País.