Sem julgamentos a qualquer classe profissional, a grande discussão que estou vendo e tentando compreender é: O QUE VAI MATAR MAIS?, se é o Covid-19 ou a sequela econômica que virá após tudo passar.
Os médicos são treinados e preparados para salvar vidas, é seu papel, sua essência, fez um juramento para isso, mas o mesmo não está preparado para tomar decisões que afetam a economia, logo, não pode ser deles a decisão de parar ou não a economia mundial, mas é obvio que se perguntar a qualquer médico o que deve ser feito nesse momento para conter as mortes e o alastro do vírus, a recomendação é ficar em casa.
Os políticos por sua vez, não são médicos nem gestores, muitos estão tomando decisões com base nas informações que chegam por vários canais e seus assessores, que na sua grande maioria também não tem qualquer preparo, que, por nossa culpa estão no poder e estão tomando as decisões por nós.
Os gestores, em sua grande maioria, estão preparados para gerir seus negócios, recursos e pessoas, avaliam números e assim como dita o capitalismo, querem crescer e avançar, geram empregos e vivem de uma troca. Pessoas precisam de empresas e empresas precisam de pessoas.
Cada um dos profissionais citados aqui tem seu ponto de vista, sem julgamento de certo ou errado, mas ao meu ver, a decisão deve vir na mistura dos 3 perfis citado aqui.
Tirar a economia da tomada vai gerar uma sequela enorme e que provavelmente vai matar 10 vezes mais que o Vírus ao longo do tempo, vamos aos números:
– Só nos Estados Unidos na semana passada foram 2,2 milhões de pessoas demitidas, com expectativa de chegar em 4 milhões na próxima semana.
– No Brasil, estima-se 5 milhões de pessoas demitidas nos próximos 30 dias.
O desemprego gera uma sequência em cadeia: fome, assaltos, problemas sociais, problemas a saúde (principalmente psicológico) e que gera uma onda com outros grandes problemas, que são os custos sociais, presídios, hospitais…
Só os Estados Unidos está injetando em sua economia cerca de 2 Trilhões de dólares, dinheiro que seria suficiente para produzir aparelhos respiratórios suficientes para todos os infectados com o COVID-19 no mundo, fora esses 2 trilhões, temos o dinheiro que deixou de circular na economia, que é um dinheiro que não se recupera mais, principalmente para quem presta serviço.
O custo de Shutdown global é mais do que suficiente para atender 10 vezes a demanda de todas as infecções que o COVID-19 pode alcançar deixando a economia fluir normalmente, mas isso teria o custo de milhares de vidas, então, a pergunta muda novamente: DEVEMOS DEIXAR MAIS PESSOAS MORRER NO CURTO PRAZO PARA NÃO SOFRER NO FUTURO?
É difícil fazer muitas comparações, a Itália assustou o planeta, mas os dados compilados depois de alguns dias mostra que o grande volume de mortos são pessoas que estão com idades acima da expectativa de vida mundial, ou seja, o maior volume são de pessoas que morreram estão com idade superior da expectativa de vida mundial (72 anos).
Eu sei que é difícil tomar uma decisão, mas precisamos pensar no longo prazo, e aqui a pergunta muda novamente:
DEVEMOS MANTER ECONOMIA GIRANDO NORMALMENTE COM 1 MILHÃO DE MORTOS NA NOSSA CONTA DAQUI 1 ANO?
Com certeza é uma decisão difícil que nossos políticos precisam decidir, mas olhando no longo prazo, se essa decisão não for tomada agora, corremos o risco de minimizar o número de mortes agora e aumentar esse número de mortes ao longo prazo, ou seja, a teoria de achatar a curva dos infectados não é só para o COVID-19 e sim para toda economia global, pois veremos um efeito de cauda longa na economia.
O dinheiro a ser injetado na economia ao logo dos próximos 12 meses será gigantesco, pois a grande maioria dos empresários não possui dinheiro para manter o negócio e nem uma retomada quando normalizar a pandemia, a grande maioria dos empresários são micros, esses vão sofrer de forma significativa. Já os grandes empresários, as grandes indústrias vão voltar com suas atividades normais, vão sofrer muito pouco com essa transição toda, e ao meu ver, todas essas decisões só vai beneficiar os capitalistas, deixando os ricos mais ricos e os pobres mais pobres, aumentando ainda mais a desigualdade global.