Franquias: se duvidar, não case

Quem está de namoro com o mundo do franchising deve obedecer algumas regras antes de assinar os papeis e mudar de status. As consultorias, mídia especializada e as redes costumam orientar candidatos ao título de franqueado a fazer um trabalho prévio de pesquisa: avaliar o potencial da marca, custos gerais, capacidade de investimento, além de checar diferentes redes antes do “noivado”. Esquecem algumas vezes daqueles lá na ponta: os clientes finais.

Em um recente trabalho para o setor de idiomas, por exemplo, ouvi inúmeros relatos de ex-alunos de renomadas e consolidadas franquias reclamarem da morosidade do método, do alto custo dos materiais didáticos e ainda da relação professor-aluno, em que a escola mantém fórmulas ultrapassadas de ensino, onde o professor seria o único detentor do conhecimento, sem espaço para a autonomia do aluno. E, por isso, passaram a procurar alternativas fora das franquias, como atendimento mais personalizado e preços menos assustadores.  Sinal amarelo para muitas redes que não têm conseguido fidelizar sua base. 

É salutar que o investidor vá além do que preconiza a cartilha do novo franqueado. Faça um verdadeiro trabalho de garimpo: busque informações de quem vai consumir seu produto ou serviço. Há sites na internet orientados exatamente a isso, que intermedeiam conflitos entre empresa e cliente. Ou seja, namore bem antes de casar.

As mídias sociais são também outras plataformas para ouvir esse cliente. Ouça os amigos e busque chegar a quem já experimenta a marca pela qual você se apaixonou. O bom casamento com a franquia escolhida dependerá (e muito) de quão boa e fiel for a relação já existente entre ela e seus clientes.

Leonardo Pessoa é especializado na cobertura de Economia e Negócios. Pós-graduado pela PUC-SP em Jornalismo Econômico e Institucional. Acumula dois prêmios em Jornalismo, um deles como Destaque ABF, em 2008. [email protected]