Para quem é marinheiro de primeira viagem nos negócios alguns cuidados devem ser redobrados ao abrir uma empresa. Conhecimento e técnica em gestão, além de muita dedicação é mais do que necessário e pode se tornar um grande desafio e interferir diretamente no sucesso do seu próprio negócio.
Hermes Bernardo, fundador e CEO da franquia FiChips Food (rede de franquia brasileira de fast-food de prato especializado na culinária do Reino Unido) e também mentor, já que hoje auxilia outros empreendedores a encontrarem estratégias de gestão, conta que a falta de padronização é um dos maiores erros cometidos no franchising.
“Uso como exemplo a própria FiChips, na qual hoje caminhamos para a ‘reciclagem’ de treinamentos e a comunicação efetiva para com as unidades, reiterando a importância das boas práticas de manipulação e as padronizações da marca. Como dificuldade neste processo, enxergamos que a troca de colaboradores dentro das unidades impacta efetivamente nessa despadronização, por isso, a busca por melhorias na capacitação do time e dos processos manuais já estabelecidos”, reflete o empresário.
Fuja deles!
Hermes lista os sete erros mais comuns de empreendedores de primeira viagem e mostra como é possível superá-los, caso você caia em algum deles. Veja:
1. Priorizar o cliente – esse é o principal erro das empresas no Brasil e no mundo sobre não colocar o cliente em primeiro lugar. Para não cometer esse erro o gestor precisa estar ciente de que o cliente é o motivo de todo o nosso trabalho/propósito. Ele é o passo número um, o centro das atenções. Sem clientes não há venda, não há emprego e não há estabelecimento.
2. Seguir o planejamento de ações – essa prática se faz como prioritária para o sucesso da unidade. Uma das prioridades de um gestor de restaurante é entender a importância desse planejamento e execução, principalmente o alinhamento de qual escopo de cada parte para estas tarefas com prazo de entrega. Isso não se trata de um diferencial, grandes empresas utilizam essas ferramentas/ métodos para melhorar os resultados.
3. Gestão de pessoas – essa parte é fundamental em qualquer negócio para garantir um ambiente adequado aos colaboradores e relações mais saudáveis, impactando diretamente na produtividade e consequentemente, nos resultados da empresa. Sem uma boa gestão, seu negócio corre o risco de perder excelentes profissionais e talentos valiosos, além de ter uma alta rotatividade de profissionais (o temido turnover), ou seja, profissionais saindo e entrando com frequência, algo que pode impactar negativamente os resultados da companhia.
4. Gestão do negócio/ financeiro (números e controle de estoque) – esta prática do food-service talvez seja um dos pilares que definirão a boa conduta da operação. Lembre-se, sem controle no caixa e no estoque não é possível saber o que está faltando ou não. Daí a importância da organização, até mesmo como parte do controle financeiro. A dica é automatizar processos de gestão com softwares que possibilitam a inserção de custos de insumos, além de todos os gastos da unidade. A partir disso é possível fazer as correções necessárias.
5. Mídias sociais – abrir um negócio e não o divulgar nas redes sociais é o maior erro! Não basta apenas fazer panfletagem local e network com comércios vizinhos, é como existir e ninguém conhecer. Também é válido dizer que não basta investir apenas nas divulgações online, criar materiais offline para divulgação local também é de suma importância. A divulgação vai além de posts e panfletos: aposte, contudo, no bom visual da fachada para atrair clientes.
6. Processos e qualidade – é preciso encontrar o equilíbrio entre a eficiência da sua equipe e a primazia da qualidade da unidade. Algo com uma qualidade extrema, mas que demora muito para ficar pronto e chegar à mesa do cliente não é o ideal. Assim como, por exemplo, entregar um pedido em cinco minutos que esteja com uma apresentação deplorável. Outro ponto é a estética da empresa, como cuidados com limpeza, manutenção do local, inclusive em locais que o cliente não tem acesso, mas que não deve ser esquecido, como a cozinha de um restaurante, por exemplo.
7. Planejamento antecipado – não menos importante, o prévio planejamento de ações ou estimativas para com o negócio é o elo de “comunicação” entre a expectativa e a realidade, assim entrando a previsão de custos / investimentos e a capacidade de retorno desses investimentos, respeitando a demanda operacional e o conceito de estrutura para com o capital de giro.
“Acredito que hoje é possível começar qualquer negócio já evitando algumas falhas básicas, o que irá poupar dinheiro e tempo. Não basta apenas estudar o mercado, é necessário também conhecer os erros de outros empresários e analisar. Aprender com eles é mais um passo em busca do sucesso”, finaliza Hermes.