Com a missão de ressignificar a segurança na sociedade, a Camerite , startup que oferece a cidades de todo o Brasil soluções de monitoramento por meio da Inteligência Artificial, com câmeras de vigilância integradas e armazenamento 100% em nuvem, planeja atingir os R﹩ 10 milhões em faturamento até o final de 2021. Só no ano passado, mesmo com a instabilidade econômica causada pela pandemia, a empresa faturou R﹩ 5,5 milhões.
Criada em 2012 por Cristian Aquino, a Camerite, com sede em Joinville (SC), é responsável pelo sistema de monitoramento de Palotina, no Paraná. O município conta com uma câmera de vigilância para cada 66 habitantes e tornou-se o mais monitorado da América Latina, chegando a uma redução de cerca de 80% na taxa local de criminalidade, segundo a Polícia Militar de Palotina. Entre janeiro e abril de 2019, a cidade apresentou 21 roubos e 5 apreensões de tráfico. Já em 2020, no mesmo período, o número de roubos caiu para 4 e o número de apreensões relacionadas com o tráfico subiu para 10. A redução nos roubos foi de 81% e o aumento em apreensões do tráfico foi de 100%.
Desde 2016, a Camerite já cadastrou mais de 4 mil parceiros em sua plataforma, que atenderam mais de 10 milhões de usuários com projetos de monitoramento colaborativo. Após atuar em iniciativas por mais de 500 cidades, a startup se tornou a maior plataforma de videomonitoramento online da América Latina. Atualmente, a empresa conta com mais de 300 mil usuários e monitora mais de 600 cidades.
“Seja com os nossos serviços de videomonitoramento para o consumidor final ou para a segurança pública, nosso principal diferencial é o foco na prevenção de crimes e não na remediação, como acontece no mercado tradicional de segurança. A média de 80% na diminuição da criminalidade vem do retorno de autoridades das Polícias Militar e Civil das cidades que contam com os nossos serviços, o que reforça a eficiência da nossa tecnologia”, explica Cristian Aquino, CEO da Camerite.
Para o consumidor final, a startup oferece acesso às câmeras de monitoramento em bairros, ruas ou quadras, com armazenamento das imagens 100% em nuvem e por um período de sete dias. O acesso pode ser feito pelo computador ou por um smartphone, utilizando o aplicativo Camerite. No setor da segurança pública, a companhia oferece pacotes de serviço que incluem instalação, manutenção de câmeras de segurança e armazenamento das imagens em nuvem. O acesso ao conteúdo é feito pelos órgãos responsáveis da região, também por um computador ou pelo aplicativo Camerite.
Expandindo os negócios pelo Brasil
A fim de aumentar a eficácia e a rentabilidade dos negócios que envolvem a marca e seguindo uma estratégia de crescimento no Brasil, a Camerite desenvolveu, em 2019, seu sistema de franquias. Com a aquisição, o empresário ganha o direito de uso da marca, passa a ter exclusividade para atuar em uma determinada região e tem à disposição todo o know how da startup, além de apoio técnico, comercial e estratégico para o desenvolvimento do negócio. Para uma cidade com cerca de 25 mil habitantes, a franquia tem o valor médio de R﹩ 25 mil.
O franqueado oferece ao consumidor final – moradores e comerciantes – os serviços de monitoramento colaborativo. O interessado solicita o serviço com a franquia, que instala câmeras na região e vende o acesso aos usuários por um valor mensal, que varia de R﹩39,90 a R﹩49,90. Outro modelo de negócio para os franqueados são os projetos governamentais, no qual o empresário pode vender diretamente para a prefeitura de sua cidade, por meio de um contrato de inexigibilidade de licitação.
“Primeiramente, o franqueado atua com a vertical do monitoramento colaborativo. À medida em que ele vai montando sua ‘malha de câmeras’ na região, passa a ter mais autonomia para realizar a abordagem com a prefeitura do local“, complementa Aquino. Hoje, a Camerite conta com 110 unidades de franquia ao redor do país. Em 2021, pretende alcançar o número de 350 franqueados.
Vizinhança colaborativa
No intuito de reforçar a atuação preventiva para aumentar a segurança das regiões em que atua, a Camerite desenvolveu o projeto Vizinhança Colaborativa. Nesse formato, moradores e comerciantes de um determinado bairro, rua ou quadra, compartilham as imagens de um único sistema de câmeras de monitoramento.
Um usuário fica responsável por disponibilizar o sinal de Internet da sua residência. A Camerite instala e posiciona as câmeras, de modo a privilegiar quatro ou mais casas da rua. Posteriormente, logins e senhas são distribuídos para que os usuários tenham acesso às imagens ao vivo, 24 horas por dia. Pelo aplicativo, é possível avançar ou retroceder as imagens das câmeras dos últimos sete dias, fazer download de gravações, enviar ou receber notificações de situações suspeitas por meio de um botão exclusivo, além de trocar informações com os vizinhos, via chat de mensagens.
Smart Cities
Em 2017, a cidade de São Paulo lançou o projeto City Câmeras, com o objetivo de combater a criminalidade e garantir mais segurança e bem-estar para a população. Com mais de 4 mil câmeras de vigilância conectadas à plataforma Camerite, o sistema possui integração das imagens para o Comando da Guarda Civil Metropolitana, compartilhadas com as Polícias Militar e Civil. A ampla cobertura do município possibilita aos órgãos responsáveis acompanhar imagens dos patrimônios públicos, escolas, hospitais e avenidas da cidade.
A iniciativa é um dos serviços de smart city oferecidos pela Camerite. Um dos principais diferenciais do programa é a participação da população. Para formar a rede de monitoramento, além das câmeras dos órgãos públicos, foram utilizadas câmeras de segurança residenciais e de pontos comerciais, que já se encontravam distribuídas por São Paulo. Antes do projeto City Câmeras, a capital paulista contava com apenas 75 câmeras de segurança, ao custo de R﹩ 320 mil por mês. Com a rescisão do contrato de aluguel de links e câmeras, a economia para os cofres da prefeitura chegou aos R﹩ 3,6 milhões ao ano.
Linha do tempo
Inicialmente com o nome VejoAoVivo, a Camerite começou suas atividades em 2012, na cidade de Joinville (SC). A princípio, a empresa disponibilizava uma plataforma com aproximadamente quinze câmeras conectadas por todo o município catarinense. O objetivo era possibilitar aos cidadãos o acesso a imagens ao vivo da região para verificarem as condições de trânsito e climáticas, como alagamentos, ou mesmo por curiosidade.
No ano de 2016, com o forte aumento da criminalidade e enxergando a latente necessidade de um sistema de videomonitoramento eficiente e acessível, a VejoAoVivo alterou sua razão social para Camerite, passando a gravar e armazenar imagens na nuvem. A startup também passou a processar e adicionar Inteligência Artificial ao conteúdo, melhorando a segurança das cidades. O avanço das tecnologias, somado ao conceito de colaboratividade, resultou na expansão das oportunidades de negócios.
“Acreditamos que a tecnologia é uma importante aliada para garantir a segurança e melhorar a qualidade de vida das pessoas nas cidades. Quando trazemos o fator colaborativo, potencializamos os resultados. Nosso objetivo é expandir a nossa plataforma para o maior número possível de cidades”, finaliza Aquino.