Após seis meses de resultados positivos, o comércio varejista do Estado de São Paulo voltou a eliminar postos formais de trabalho. Em janeiro, foram extintas 17.874 vagas com carteira assinada, resultado de 67.692 admissões e 85.566 desligamentos. Dessa forma, o varejo paulista encerrou o mês com um estoque ativo de 2.071.335 vínculos celetistas, leve alta de 0,2% em relação a janeiro do ano passado.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP Varejo), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Em janeiro, os principais responsáveis pelo saldo geral negativo foram as lojas de vestuário, tecidos e calçados (-10.828 vagas) e os supermercados (-7.281 vagas), enquanto o varejo de materiais de construção e de autopeças e acessórios geraram 684 e 293 empregos com carteira assinada, respectivamente.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, ainda que o número de vagas fechadas no mês tenha sido maior do que o apurado no mesmo período de 2017, é importante ressaltar que o ajuste do quadro funcional varejista após o Natal teve início já em dezembro de 2016, quando pouco mais de 5 mil empregos foram extintos, seguido pela eliminação de mais 16.352 vínculos formais em janeiro de 2017. Em dezembro de 2017, o saldo foi positivo em 925 empregos, o que não acontecia desde dezembro de 2010, fazendo com que o desligamento dos colaboradores contratados para o fim de ano se concentrasse em janeiro de 2018.
No acumulado dos últimos 12 meses, foram abertos 4.804 postos de trabalho, impulsionado pelos segmentos de supermercados (+7.465 vagas) e de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (+4.791 vagas). Em termos proporcionais, destaca-se também as farmácias e perfumarias cujo número total de empregos formais cresceu 2,6% em relação a janeiro de 2017.
A Entidade ressalta ainda que, sazonalmente, o desempenho do mercado de trabalho formal varejista em janeiro é de retração, tanto que o setor registrou mais desligamentos do que admissões nas 16 regiões analisadas, com destaques para a capital (-5.582 vagas) e para Campinas (-2.003 empregos). Passada a melhor data para o varejo (Natal) e as liquidações de início de ano, é natural que isso ocorra e não reverta o cenário positivo projetado para o varejo esse ano.
Varejo paulistano
Na capital paulista, o fechamento de 5.582 vagas celetistas foi resultado de 20.159 admissões contra 25.741 desligamentos. No acumulado de 12 meses, foram criados 706 postos de trabalho e, assim, o estoque total encerrou o primeiro mês do ano com 646.018 trabalhadores formais, leve variação de 0,1% em relação a janeiro de 2017.
Das nove atividades pesquisadas, quatro apresentaram alta no estoque de trabalhadores no comparativo anual, com destaque para as farmácias e perfumarias (4,2%); e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (1,8%). As maiores quedas foram observadas nos segmentos de concessionárias de veículos (-2,1%) e lojas de vestuário, tecidos e calçados (-2%).
No mês, o setor de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos registrou saldo positivo de 212 empregos formais, e o de materiais de construção, 71 novas vagas. As lojas de vestuário, tecidos e calcados eliminaram 3.501 postos formais; e os supermercados, 1.841.
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP Varejo) analisa o desempenho do mercado de trabalho formal em 16 regiões do estado e nove atividades do varejo: autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos; matérias de construção; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; supermercados e outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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