O turismo brasileiro sofreu queda de 55,4% no faturamento de abril em relação ao mesmo período do ano passado, maior retração da série histórica desde 2011. Além disso, foi o menor faturamento já registrado, de R$ 5,43 bilhões, com um prejuízo de R$ 6,76 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento do Conselho de Turismo da FecomercioSP baseado em números divulgados pelo IBGE.
Das seis atividades pesquisadas, cinco registraram baixa em seu faturamento real no comparativo anual, com destaque para transporte aéreo (-79,2%) e serviços de alojamento e alimentação (-65,6%).
Levando-se em consideração que, no fim de março, muitas viagens foram canceladas ou remarcadas em decorrência do início da quarentena, ao somar os meses de março e abril, o prejuízo chega a R$ 9,5 bilhões, queda de 38,9% no bimestre. No acumulado do ano, a retração até o mês de abril foi de 18,3%.
De acordo com Conselho de Turismo da FecomercioSP, não há expectativa de retomada do segmento em curto prazo: somente no último trimestre do ano que pode haver um respiro. Contudo, ao lidar com o vírus ainda em circulação e as rendas retraídas pela crise econômica, os consumidores estarão resistentes às viagens e se concentrarão nos gastos em serviços essenciais. O setor aéreo, por exemplo, já sinalizou que a expectativa para 2021 é de metade da demanda que havia antes da pandemia.
A Federação recomenda que empresas que atuem nessa área e estejam registradas no Cadastur utilizem os recursos que foram disponibilizados ao Fundo Geral do Turismo (Fungetur), ligado ao Ministério do Turismo, por meio da Medida Provisória 963. Os prazos de carência para amortização são de 12 a 48 meses, com taxa de juros de 5% a.a. mais a taxa do INPC.