O Brasil entra em mais um dia de quarentena. E é de pouco em pouco que o mercado em geral vai fechando as portas. Quem tem um pequeno negócio, teme. Quem tem um grande, também. Mas, como tem sido mesmo o dia a dia das empresas brasileiras nesse calendário que muda frequentemente?
Uma coisa é praticamente certa: o PIB vai ser (bem) menor do que os economistas avaliavam. O retorno e fluxo de capital vai demorar a ser como antes, e as empresas precisam ter um belo jogo de cintura para passar por uma das fases mais difíceis dos tempos modernos: a crise em escala global do Coronavírus.
A boa notícia é que muitas marcas conseguiram respirar em tempos de incerteza e, assim, pensar em alternativas para continuar o negócio, apoiar os colaboradores, e não deixar de atender o público.
“Temos algumas lojas que fecharam por estarem dentro de shoppings. E vimos ainda mais a necessidade de ampliar nossa oferta por meio dos aplicativos de delivery, como iFood e UberEats. Hoje, estamos 100% focados nas entregas e take away mantendo o padrão de qualidade dos nossos insumos”, afirma Abner Lopes, sócio e fundador da Casa Graviola, franquia de restaurante com foco em alimentação saudável.
O empresário ainda comenta que “assim que a crise realmente bateu a porta, o desconforto e susto foi enorme, sim. Mas, tiramos alguns dias para pensar, e rapidamente vimos que a melhor saída era contar com o delivery. Os nossos clientes que buscam manter a alimentação regrada nesse período de quarentena. São tempos difíceis, mas é preciso discernimento para agir”, finaliza Abner.
Oportunidade para trabalhos freelancers e home office
Com o confinamento dos brasileiros e o decreto de quarentena anunciado, quem pode trabalhar de forma home office fica um pouco mais tranquilo. E quem atua como freelancer remotamente, também pode potencializar suas possibilidades e continuar trabalhando bastante.
Esse é o caso da Artes Filmes, franquia pioneira na produção de vídeos corporativos, que atua com uma cartela de colaboradores espalhados pelo país, com tarefas sendo executadas remotamente. “Vimos o nosso modelo de negócio estar totalmente encaixado numa necessidade atual, a de trabalhar de casa, com a mesma eficiência se estivesse em um escritório”, comenta Bruno Rodrigues, um dos sócios da marca.
Para ele, “com a enorme demanda para vídeos informativos sobre os cuidados para se proteger do Convid-19, estamos tendo uma dinâmica de Jobs importante por parte de nossos clientes, que buscam conscientizar colaboradores e consumidores, ainda mais em tempos em que está claro que a economia vai dar uma pausa, um tempo. Sabemos o quão importante é continuarmos estimulando nossos profissionais a darem o seu melhor, e mostrando aos clientes que temos a mão de obra que ele precisa”, finaliza Rodrigues.
É preciso engajar e liderar a equipe
Para Priscila Guskuma, Trainer e Master Coach, “é fundamental que as empresas consigam otimizar o trabalho home office. Chegou o momento de incentivar, orientar e ficar ainda mais próximo dos colaboradores, para que estes se sintam como parte importante da companhia”, comenta.
“Esse é o momento em que um bom líder precisa tirar da cartola aquela estratégia de engajamento e motivação para não deixar a peteca cair. É importante lembrar que muitos profissionais estão atuando em caráter de home office pela primeira vez, e isso pode ser difícil no começo. E é aí que o líder entra, para aconselhar, trazer tranquilidade e o apoio que o colaborador precisa. No caso do funcionário, é necessário muita disciplina para poder manter o foco e não dispersar com distrações dentro de casa”, destaca Guskuma.
Segmento pet continua ativo
Para Marcelo Piazera, sócio-fundador da Fórmula Animal, franquia de farmácia de manipulação veterinária, é importante que o franqueado consiga se revezar em dias alternados para o negócio se manter firme e forte. “Nós estamos orientando os franqueados a tentarem ao máximo dividir as tarefas da franquia com um parceiro. Afinal, o nosso setor não parou, e isso é bom, mas os riscos de sair de casa e ir trabalhar continuam os mesmos”.
Por fim, “como negócio, estamos tentando ao máximo conseguir aumentar um pouco o estoque para que não falte nada para o franqueado. Temos que ficar de olho quanto a questão das fronteiras, e para não sermos pegos de surpresa ou o nosso cliente final ficar desamparado, nosso maior foco agora é o estoque”, finaliza Marcelo.