De caixa a gerente de loja de shopping, Davidson Silva, de 40 anos, percebeu cedo que tinha uma veia empreendedora pulsante. Após alguns anos de trabalho como funcionário CLT, resolveu pedir demissão e investir no próprio negócio. “Com ajuda da minha namorada, hoje esposa [Cíntia Silva, 37 anos], investi em uma van escolar, mesmo sem ter experiência no ramo. Eu arrisquei e sempre tive certeza que daria certo”, explica Silva. Ainda segundo o jovem investidor, a falta de capital de giro foi um problema no começo. “Eu tinha apenas duas crianças [para transportar] e o que os pais me pagavam não cobria as despesas para manter o carro na rua e, às vezes, minha namorada tinha que me emprestar o dinheiro do combustível”, diz.
A sorte de Davidson mudou quando em uma noite, ao parar para abastecer, foi abordado por um senhor que ele intitulou como “o anjo da sua vida”. Esse homem tinha acabado de pedir em oração, em uma igreja, que Deus tocasse o seu coração e o ajudasse a encontrar um “perueiro” com responsabilidade para dar de presente todos os seus clientes. Ou seja, ele queria entregar ao Davidson 20 crianças pagantes. Eles nunca haviam se encontrado, mas naquele momento, Davidson passou a ter um faturamento médio mensal fixo, compatível com as suas necessidades. “Deus falou comigo naquele momento. Era para eu pegar a minha vara, pois ali tinha muitos peixes”, afirma o empreendedor.
A van tinha capacidade apenas para 18 crianças. Dessa forma, duas novas linhas foram criadas e Davidson passou a trabalhar de dia, de manhã e à noite. “Passei a prospectar ativamente e me tornei conhecido em um ramo com muitas responsabilidades e exigências, afinal, eu transportava vidas todos os dias”, diz. Após um ano e meio, uma nova oportunidade surgiu na vida de Davidson. Ele venceu uma licitação na prefeitura de Guarulhos e deixou de atuar no ramo particular. “Não pensei duas vezes na hora de retribuir o bem que me foi feito”, disse. Criando uma espécie de rede do bem, Davidson e sua esposa decidiram, da mesma forma como eles haviam sido beneficiados anteriormente, doar sua linha, agora com 60 crianças pagantes. O perueiro, então, vendeu a sua van usada e investiu em um financiamento de uma zero KM.
Uma mudança de mindset
O contrato de Davidson com a prefeitura de Guarulhos terminou após cinco anos e ele teve que voltar para os atendimentos particulares. Mais conhecido entre os pais das crianças, ele afirma não ter encontrado problemas em refazer a lista de clientes. Porém, nesse momento, Davidson já se sentia em um outro patamar. Como o trabalho como perueiro era algo muito instável e não lhe possibilitava crescimento – pois ele não podia ter mais de um alvará – decidiu vender tudo e começar a pesquisar sobre franquias.
Durante quase dois anos participou de eventos relacionados ao mercado, inclusive da feira ABF Expo, e, durante suas pesquisas, percebeu que a taxa de mortalidade de um negócio começado do zero é muito alta, quando comparada às das franquias. “Eu não podia me aventurar. Já estava dez anos mais velho e o dinheiro que eu tinha era o investimento de uma vida inteira. A minha escolha deveria ser cirúrgica e precisa,” observa. Davidson ainda conta que durante esse tempo procurou se capacitar intelectualmente, lendo livros relacionados ao franchising, gestão de tempo, entre outros ligados à administração.
Foi em uma pesquisa por segmento que ele encontrou a TRATABEM – única rede de franquias do Brasil especializada no tratamento, assistência técnica, manutenção e venda de produtos químicos e acessórios para todos os tipos de piscinas – e logo se encantou com a proposta de negócio oferecida para novos investidores. Além do know-how, Davidson seria capacitado para se tornar um técnico em piscinas. “Descobri da melhor forma que a TRATABEM profissionaliza um setor que ainda vive na informalidade. Muitas casas têm piscinas tratadas por piscineiros, por vezes, desqualificados tecnicamente. Eu aprendi que além de cuidar da parte elétrica, também podia cuidar da hidráulica, justamente por conhecer as piscinas por um ângulo que poucos conhecem: por dentro”, explica.
Crescimento orgânico dentro da rede
A TRATABEM foi criada pela iGUi – maior fabricante e comercializadora de piscinas em PRFV do mundo – em 2012 para profissionalizar o mercado de serviços em piscinas no Brasil. Com um investimento inicial a partir de 65 mil reais, a marca de tratamento e manutenção de piscinas oferece ao novo investir um faturamento médio mensal de R$ 15.000 no primeiro ano de operação e de R$ 30.000 a partir do segundo ano.
Após quase dois anos como franqueado da TRATABEM, Davidson se orgulha em dizer que formou um portfólio de mais de 100 clientes ativos, o que resultou em um faturamento muito maior, se comparado com a profissão anterior. “Eu sempre sonhei com o que estou vivendo hoje e tinha certeza que eu conseguiria. A TRATABEM foi uma das escolhas mais corretas que eu fiz na vida. No começo eu tive o total apoio da franqueadora, inclusive dos franqueados, fato que possibilitou que eu tivesse mais acertos do que erros”, comenta.
Recentemente Davidson sentiu que era hora de realizar um upgrade dentro da própria rede e, por isso, investiu em uma loja iGUi no litoral sul de São Paulo. “Trata-se de uma unidade de repasse, por essa razão ela já se paga, algo que facilitou muito a minha mudança para a Praia Grande, junto com a minha família. Comigo eu também trouxe a TRATABEM para operar daqui, na baixada santista. Novamente a história se repete e tenho a oportunidade de entregar os meus clientes para um outro empreendedor”, conclui.