De acordo com o mais recente levantamento do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), quando o assunto é educação, o Brasil ainda tem bastante a evoluir, ocupando 63ª colocação no ranking. Entre os 70 países que participam da prova, o único das Américas que está entre os dez primeiros é o Canadá.
As avaliações do PISA acontecem a cada três anos e avaliam conhecimentos de matemática, ciências e interpretação de texto e, apesar da colocação geral, alguns estados brasileiros conseguiram avançar se comparado com os resultados anteriores, mostrando que, mais do que investimento, é preciso desenvolver um modelo educacional relevante frente às novas demandas da sociedade moderna. Um grande desafio, que envolve transformações importantes nas políticas, nos programas educacionais, nas ferramentas e recursos utilizados e, inclusive, no próprio papel do professor que, de detentor e disseminador de informações, tornou-se líder, mediador, motivador e orientador dos alunos.
“O principal aspecto que as escolas precisam levar em consideração é a transformação do papel do aluno, que deixa de ser um agente passivo para tornar-se protagonista de seu aprendizado, percebendo em si um membro ativo da sociedade, capaz de inovar, fazer diferença e transformar seu entorno. É fundamental, também, expor o aluno às diferenças, ensiná-lo a trabalhar colaborativamente em ambientes multiculturais, permitir o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e, principalmente, o desejo de aprender ao longo de toda a vida”, explica o diretor acadêmico da rede de ensino canadense Maple Bear, Peter Visser.
Na visão do acadêmico, em um ambiente tão dinâmico, as tradicionais aulas expositivas já não atraem e, tampouco, promovem os resultados necessários. Para Visser, é preciso aprender sempre com as práticas e modelos bem-sucedidos já implementados em outros países.
No Brasil, já há escolas que trazem metodologias e conceitos aplicados com sucesso em outros países. Na Maple Bear, rede de ensino bilíngue canadense, as crianças e os jovens são estimulados por meio da experimentação, em que o objetivo é estimular a curiosidade, a imaginação, a busca pela compreensão dos fenômenos ao redor deles e o compartilhamento.
“A fórmula de sucesso das escolas do século XXI certamente envolve proporcionar mais autonomia e independência aos alunos que, orientados por um professor ciente de seu novo papel, conduz os estudantes por um caminho em que, a cada descoberta, novas perguntas surgem, em um processo incessante de aprimoramento e busca por novos horizontes”, completa Visser.