Com receita de R$ 163,319 bilhões, franchising registra crescimento de 8% em 2017. Setor acelera no 4º TRI e cresce 12,3% em relação ao 3º TRI
Todos os segmentos registraram crescimento em 2017. Saúde, Beleza e Bem-Estar, Hotelaria e Turismo e Serviços e Outros Negócios lideraram a lista dos que mais cresceram em faturamento.
RAIO-X SETOR DE FRANQUIAS EM 2017
Faturamento R$ 163,319 bilhões
Unidades 146.134
Marcas em operação no Brasil 2.845
Empregos Diretos 1.193.568
O balanço consolidado do setor de franquias em 2017, apurado na Pesquisa de Desempenho realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising, confirmou o crescimento de 8% da receita. O faturamento do setor no período saltou de R$ 151,247 bilhões para R$ 163,319 bilhões. No 4º trimestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano anterior, o setor também cresceu 8%, cuja receita passou de R$ 43,521 bilhões para R$ 47,014 bilhões. Quando comparados o 3º e 4º trimestres, a alta foi de 12,3%.
Para Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF, a performance positiva das redes está associada aos fundamentos do próprio franchising. “Os princípios básicos do sistema de franquias foram colocados à prova nesses três anos de recessão econômica. Foco em gestão, treinamento e em inovação refletiram em bons resultados para o franchising como um todo. O ano de 2017 foi de recuperação do setor, mesmo que lenta e gradativa, e a tendência é que o franchising, dinâmico e estruturado como é, cresça mais em 2018, dado o reaquecimento da economia brasileira”.
Além da melhora de vários indicadores macroeconômicos, a consistente queda de juros, a baixa inflação, a leve redução da taxa de desemprego e a queda dos custos dos alimentos acabaram impactando positivamente a renda real dos consumidores. Com isso, o consumo se reaqueceu (como verificado em vários ramos do varejo), o que se refletiu no franchising de forma geral, mas com mais ênfase nos segmentos ligados ao consumo.
Outro fator importante para o desempenho do setor foi a inovação, refletida em novos produtos, serviços, formatos de negócio e pontos comerciais. Esse movimento foi inclusive confirmado pela inédita Pesquisa de Inovação nas Franquias Brasileiras – realizada pela ABF em parceria com a Confederação Nacional de Serviços (CNS) e metodologia da Fundação Dom Cabral (FDC). Dentre outros dados relevantes, o estudo indicou que do total de empresas franqueadoras pesquisadas, 91,8% introduziram algum novo produto ou serviço entre 2014 e 2016. Dentre as empresas que se mantiveram inovadoras, 37,4% realizaram mudanças significativas em seus modelos de negócios no Brasil e 6,9% delas no exterior.
Unidades, redes e geração de empregos
A pesquisa da ABF revelou que o total de unidades do setor cresceu 2,4%, com um saldo de 3.541 novas operações no ano passado, totalizando 146.134 unidades, e em redes, o ano encerrou com 2.845 marcas atuantes no mercado. Já o repasse de unidades foi de apenas 3% e a taxa de mortalidade ficou em 5%.
O levantamento indicou que o franchising manteve o nível de empregos em 2017. O total de trabalhadores diretos no setor de franquias chegou a 1.193.568 pessoas, com uma variação positiva de 1%. “Em 2018, nossa expectativa é que o setor acelere, com um crescimento em faturamento de cerca de 10% e em número de unidades de 3%. Com isso, esperamos gerar também mais empregos: 3% a mais”, ressalta Altino Cristofoletti Junior.
Todos segmentos do franchising crescem em 2017
O estudo mostrou que todos os segmentos elencados pela ABF cresceram em faturamento, tanto em 2017 como um todo, como no 4º trimestre. Saúde, Beleza e Bem-Estar encabeça a lista em ambos os períodos, crescendo 12,1% e 13,4%, respectivamente. O aumento da longevidade da população, a crescente preocupação com saudabilidade e bem-estar e o aquecimento do mercado de clínicas populares, que receberam vários egressos de planos de saúde, são alguns dos principais fatores que explicam a alta do segmento.
No acumulado de 12 meses, o segundo segmento que mais cresceu foi Hotelaria e Turismo, com alta de 9,7%. A maior participação das redes no e-commerce e o incremento das unidades home-based levaram as redes deste ramo a atingir mais diretamente seu público consumidor, justificando essa expansão.
Serviços e Outros Negócios apresentou a terceira maior variação em faturamento, 9,2%. O fato de se tratar de um segmento com muitos nichos, com negócios que atendem o público B2B (empresa para empresa) e o incremento de serviços administrativos, como contabilidade, favoreceram tal desempenho.
A seguir, Casa e Construção teve alta de 8,0%. O segmento foi impulsionado pelo aumento da demanda por serviços de reforma, reparo e manutenção, em grande parte impulsionada pela liberação dos recursos do FGTS inativo.
Em quinto lugar, Comunicação, Informática e Eletrônicos cresceu 7,8% no período. Mesmo que num ritmo menor, a demanda por produtos e serviços deste segmento se manteve, especialmente na área de marketing digital e meios de pagamento.
“Neste último ano, o setor continuou a enfrentar a crise com aumento da eficiência das operações, lançamento de novos formatos, a intensa troca de informações entre franqueadores e franqueados, dentre outras ações, contribuíram decisivamente para que o franchising mantivesse sua trajetória de crescimento, agora de forma mais disseminada dentro dos segmentos”, observa Vanessa Bretas, gerente de inteligência de mercado da ABF.
Confira abaixo o desempenho de cada segmento do franchising em 2017 em termos de faturamento e unidades.
Internacionalização do franchising brasileiro e panorama mundial
O mercado externo é cada vez mais atraente para as franquias brasileiras, especialmente num período marcado pela mais forte recessão econômica da história do País.
A pesquisa da ABF mostrou que as redes nacionais continuam avançando na internacionalização. No ano passado, a presença das marcas made in Brazil em outros países aumentou de 80 para 100 nações. No período, 142 redes de franquias nacionais atuavam no exterior; 129 possuíam operações físicas em outros países e 18 redes exportavam ou distribuíam produtos em mercados estrangeiros.
Os Estados Unidos é o país com maior número de operações físicas de marcas brasileiras (46), seguido do Paraguai e de Portugal, cada um com 34 operações.
Entre os segmentos mais internacionalizados, Moda lidera, com participação no exterior de 25,4%. Saúde, Beleza e Bem-Estar vem em segundo lugar, com 16,9% e Alimentação em terceiro, com 15,5%.
Segmentos mais internacionalizados
Já com relação à presença das redes estrangeiras no Brasil, a pesquisa da ABF apurou que existem 200 marcas de 26 países atuando no País. Os Estados Unidos também lideram o quadro, com 40% de participação, em segundo lugar está Portugal (10,5%) e Argentina, em terceiro (7,0%):
De acordo com o ranking do World Franchising Council, o Brasil mantém a 4ª colocação em número de redes e a 6ª posição em número de unidades.
Metodologia
A Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising referente ao 4º trimestre de 2017 envolveu uma base amostral com redes respondentes que representam aproximadamente 57% do faturamento total do setor e 45% das unidades de franquias em operação. Envolvendo o mercado como um todo, inclusive não associados, os números do desempenho do setor de franchising são apurados em pesquisa por amostragem, cruzados com levantamentos feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de franquias, órgãos de governo, instituições parceiras e de ensino. Auditados por empresa independente, os dados divulgados pela ABF são referência para órgãos governamentais de diversas esferas, entidades internacionais do franchising, como World Franchise Council (WFC), Federação Ibero-americana de Franquias (FIAF) e instituições financeiras.