Escolher uma franquia é uma tarefa um tanto quanto árdua, ainda mais no Brasil que figura como um dos países com maior número de marcas franqueadas, acima de três mil. Apesar da crise, o mercado de franchising cresceu aproximadamente 8% em 2016 e tem boas expectativas para esse ano. Contudo, nos últimos dois anos notou-se um aumento da busca de franquias por aqueles que veem no empreendedorismo uma saída para dificuldades em encontrar um novo emprego.
Mas, seja por necessidade ou por oportunidade, os medos que envolvem abrir uma empresa em 2017 são os mesmos. Será que vai dar certo? Será que vou perder o meu dinheiro? Qual o melhor mercado para investir? Será que a franqueadora é séria? Será que tenho perfil empreendedor?
Apesar de algumas críticas, a nova equipe econômica vem conseguindo impor uma agenda de reformas que devem melhorar o ambiente de negócios. Pelo menos do ponto de vista de expectativa, 2017 começa bem melhor do que 2016. A inflação fechou o ano em 6,6% e a projeção para 2017 beira 4,5%, enquanto em 2015 a inflação foi de 10,67%.
Agora, antes de escolher a franquia ideal para você, eu sugiro que reflita alguns pontos:
O que eu estou buscando ao empreender?
Ainda que as expectativas para 2017 sejam melhores, devemos enfrentar um ano difícil. Então, quem quiser tirar do papel o sonho de ser dono da própria empresa deve ter claro que não terá vida fácil. Ninguém vai ficar rico do dia para a noite, tampouco vai trabalhar apenas oito horas por dia. Se esse for seu objetivo ao procurar uma franquia, sugiro repensar.
Agora, se você vê 2017 como uma oportunidade de aprender com as adversidades, estruturar uma empresa que no médio e longo prazo lhe torne rico, só falta escolher a franquia que mais se encaixa no seu perfil, arregaçar as mangas e trabalhar muito.
Tenho afinidade com o segmento da franquia que eu quero comprar?
Você já se viu trabalhando aos finais de semana ou batendo perna de empresa em empresa para vender o seu peixe? Antes de comprar uma franquia, analise como é o dia a dia que lhe espera. Já vi muitas pessoas desistirem de suas franquias poucos meses depois de começar ao perceber que não gostavam da operação.
O investimento cabe no meu bolso?
Ao definir o valor que você vai investir não se esqueça de separar capital de giro. Considere o catastrófico cenário de não vender nada nos primeiros seis meses e deixe, portanto, guardado o valor equivalente para esse tempo. Pense na sua nova franquia como um filho, o capital de giro é o leite que ele precisa para crescer. Outra dica valiosa é separar capital para pagar suas despesas pessoais por pelo menos um ano, lembre-se que nenhuma empresa se torna lucrativa da noite para o dia.
Tempo de retorno do investimento e Break Even
Por obrigação legal, as franqueadoras devem colocar na COF – Circular de Oferta de Franquia – uma estimativa de break even e de retorno sobre o investimento. As estimativas geralmente apresentam uma margem de seis meses, ou seja, estimam, por exemplo, um retorno entre 12 e 18 meses.
Acontece que, no calor da emoção e na confiança do “próprio taco”, surge o sentimento de ficar na estimativa menor. Cuidado, pense um pouco de forma pessimista e se prepare também para a pior estimativa. Se tudo der certo e de fato você for muito bom e bater o recorde, ótimo.
Que tipo de operação devo escolher?
Meu último conselho: diante do atual cenário econômico, busque escolher franquias que tenham operações mais enxutas, que não tenham necessidade de grandes investimentos, de contratação de equipe, da aquisição de grandes estoques e/ou que você precise investir muito dinheiro em uma loja de shopping.
Operações mais enxutas vão lhe proteger do pior e tendem ser lucrativas mais rápido. Se possível, comece operando em um pequeno escritório, em home office ou até mesmo coworking e depois que a operação já estiver gerando lucro, você poderá buscar um espaço maior e mais caro, se isso fizer sentido.
Enfim, essas foram as minhas dicas para você escolher a franquia ideal para o seu perfil. Espero ter ajudado!
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