Após gerar quase seis mil empregos em fevereiro, o setor de serviços do Estado de São Paulo eliminou 3.372 postos de trabalho em março, resultado de 205.343 admissões e 208.715 desligamentos. Com isso, o estoque ativo de trabalhadores atingiu 7.419.744 empregados. Foi a primeira vez desde o início da série histórica, em 2007, que o setor registra fechamento de vagas formais em março.
No primeiro trimestre do ano, o saldo foi negativo em 4.883 empregos – primeira vez na história que se registra retração nesse período. No saldo acumulado de abril de 2015 a março deste ano, foram fechados 167.320 postos de trabalho no setor de serviços paulista. No período houve aceleração no ritmo de eliminação de vagas formais no setor, pois em março de 2015, o saldo acumulado nos 12 meses anteriores ficou positivo em 84.874 empregos com carteira assinada. Na comparação com março de 2015, o estoque de trabalhadores caiu 2,2%, o maior recuo já registrado.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Das doze atividades pesquisadas, em março deste ano apenas o segmento de médicos, odontológicos e serviços sociais (0,8%) apresentou crescimento no estoque de empregos na comparação com o mesmo mês de 2015. Os destaques negativos foram as atividades de informação e comunicação (-4,8%), administrativas e serviços complementares (-4,5%) e de transporte e armazenagem (-4,3%).
Segundo a FecomercioSP, o desempenho do mercado de trabalho do setor de serviços paulista nos últimos meses é reflexo da retração da atividade econômica. Para os economistas da Entidade, com a redução cada vez mais acentuada do consumo e investimento, é natural que haja recuo das receitas do setor de serviços.
A única fórmula que as empresas possuem de subsistir em um ambiente de diminuição de faturamento é readequar custos, entre eles o da mão de obra empregada. A Entidade avalia ainda que, até que a estabilização do ambiente político possibilite a retomada da confiança e dos investimentos, e cenário ainda pode se agravar, com continuidade de eliminação de vagas no setor nos próximos meses.
Com relação aos dados por ocupações, os maiores saldos negativos registrados em março foram observados nas seguintes funções: trabalhadores nos serviços de proteção e segurança, com o fechamento de 1.709 postos de trabalho; seguido por vendedores e demonstradores (-1.417) e pelos trabalhadores dos serviços de hotelaria e alimentação (-1.388).
Capital paulista
Foram eliminados 4.629 empregos formais no setor de serviços da cidade de São Paulo em março; enquanto no primeiro trimestre foram extintos 7.848 postos de trabalho. No acumulado dos últimos 12 meses a redução chega a 63.133 empregos com carteira assinada, o que representa uma diminuição de 1,8% do estoque total de trabalhadores na comparação com março de 2015. Assim como no âmbito estadual, trata-se da maior queda já registrada desde 2007.
O saldo negativo registrado em março é o sétimo consecutivo no setor de serviços da capital paulista. Segundo a FecomercioSP, a partir de agosto de 2015 verifica-se variação negativa na comparação anual do estoque ativo de trabalhadores do setor. Essa redução chegou ao seu pior porcentual de toda a série histórica no último mês de março.
Das 12 atividades analisadas na pesquisa de emprego, sete apresentaram queda no saldo de empregados em março na comparação com fevereiro. Os piores desempenhos foram vistos nas atividades administrativas e serviços complementares (-3.189 vagas); transporte e armazenagem (-1.141) e informação e comunicação (-974). Já os segmentos de educação (1.338 empregos); médicos, odontológicos e serviços sociais (615) e outras atividades de serviços (254) foram os que mais geraram empregos em março na Capital.
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços) analisa o nível de emprego do setor de serviços. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e 12 atividades: transporte e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; financeiras e de seguros; imobiliárias; profissionais, científicas e técnicas; administrativas e serviços complementares; administração pública, defesa e seguridade social; educação; médicos, odontológicos e serviços sociais; artes, cultura e esportes e outras atividades de serviços. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho e Previdência Social, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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