Com a crise provocada pela disseminação do coronavírus, o mercado de trabalho do comércio varejista no Estado de São Paulo eliminou 114.359 empregos formais até julho deste ano, resultado de 340.751 admissões contra 455.110 desligamentos. Com a movimentação, finalizou o mês de julho com queda de 6% em relação ao estoque ativo de empregos em dezembro de 2019. Os dados foram calculados pela FecomercioSP com base nas divulgações do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Das 35 atividades analisadas, apenas a de comércio hortifrutigranjeiros terminou o período de janeiro a julho com saldo positivo de 406 empregos formais. Por outro lado, os segmentos que mais fecharam vagas foram os de artigos de vestuários e acessórios (-33.918 vagas) e calçados e artigos de viagem (-11.325 vagas).
De acordo com a Federação, os dados são preocupantes, pois o varejo paulista retrocedeu o estoque ativo de vínculos empregatícios ao patamar do segundo semestre de 2012. Mesmo o comércio essencial, como supermercados e farmácias, que permaneceu aberto no período mais restritivo, não registrou saldo positivo de empregos nos primeiros sete meses do ano.
A expectativa é de melhora nos próximos meses, com o avanço da reabertura dos negócios e de acordo com a retomada em diferentes níveis, seguindo protocolos estabelecidos por cada região. Outros pontos que podem colaborar para resultados positivos de empregos são a continuidade do pagamento do auxílio emergencial e o décimo terceiro salário, já conhecido por impulsionar as compras de Natal.
Contudo, a FecomercioSP alerta que os efeitos reais no mercado de trabalho só serão calculados após o fim do impacto da Medida Provisória 936, na qual contratos foram suspensos e salários, reduzidos. Com a baixa no consumo e a consequente redução nas vendas do setor, existe a possibilidade de que nem todos os trabalhadores sejam reintegrados aos estabelecimentos.
Capital paulista
O mercado de trabalho do comércio varejista na cidade de São Paulo eliminou 42.645 empregos formais até julho deste ano, resultado de 95.897 admissões contra 138.542 desligamentos. Desta forma, finalizou julho com queda de 7,2% em relação ao estoque ativo de empregados em dezembro de 2019. No entanto, ao se comparar o saldo negativo do período de janeiro a julho a outros anos, o recuo é ainda maior: mais de 540% em relação à perda vista no mesmo período de 2019; e 200% maior do que o listado nos mesmos meses acumulados de 2016, ano em que se tinha o pior saldo negativo registrado nos sete meses de um ano no varejo paulistano até então.
Das 35 atividades analisadas, apenas a de comércio hortifrutigranjeiros chegou a julho com saldo positivo: 160 empregos formais. Por outro lado, os segmentos que mais fecharam vagas foram os de artigos de vestuários e acessórios (-12.165 vínculos vagas) e produtos de padaria e laticínio (-4.236 vagas).