As transformações do mundo da tecnologia aplicadas em nossa realidade no dia a dia são constantes e extremamente dinâmicas. Se pararmos para pensar, praticamente todos os nossos hábitos mudaram de forma muito significativa dos últimos 10 anos pra cá – desde uma compra de um objeto pessoal pela internet, até as formas de capacitação profissional e às ferramentas de gestão empresarial. E isso se deve, não só aos avanços no mundo digital como às empresas que desenvolvem tais tecnologias.
É por isso que Marcelo Salomão, investidor-anjo e fundador da Gigatron Franchising, empresa da área de serviços em tecnologia, avalia o mercado para os próximos anos, apontando as cinco tendências mais marcantes desse meio.
Mais dígitos, menos conversa
O especialista enxerga um cenário promissor para as tecnologias móveis. “As pessoas não estão mais usando telefone. Ferramentas como WhatsApp, Skype e vídeos conferência tomaram conta da vida pessoal e profissional das pessoas. É muito mais barato, eficiente e divertido”, acredita.
Por isso, a tendência iniciada em 2013 de uso de dados e menos voz segue em 2017. Esse ano, conexões 4G deverão ultrapassar 108 milhões no Brasil, chegando a 40% da base total de conexões móveis. Exemplo disso é a própria Gigatron, rede de franquias com 150 unidades espalhadas pelo Brasil, que já cortou todas as linhas telefônicas fixas da marca. “Estamos apenas com linhas celulares, onde usamos 80% somente com dados”, conta Salomão. E a venda e evolução dos smartphones deve continuar com tudo nos próximos anos. “Internet na palma da mão é o controle do mundo nas mãos. Esse é um caminho sem volta, ou nos adaptamos a ele ou ele nos engole”.
No entanto, o especialista critica a barreira tributária no Brasil como fator que impede a evolução do mercado de smartphones por aqui. “Aquilo que chamamos de ‘custo Brasil’, ou seja, tudo aqui é mais caro – nos impede de evoluirmos em vários mercados e, assim, ficamos atrás de países como Estados Unidos, Japão, Alemanha e China, quando o assunto é smartphone. É necessário uma revisão completa no regime tributário para importação, afinal, sem tecnologia não avançamos na economia”, acredita.
Serviços de computação em Nuvem
A transformação na era digital é uma das fortes tendências apontadas para o próximo ano em tecnologia. Ela será a base dos investimentos em Tecnologia da Informação em 2017. De acordo com recentes pesquisas da IDC (International Data Corporation), pouco mais de 10% das empresas investem cerca de 5% de seu faturamento em tecnologias inovadoras. “Por isso, esse é um ótimo mercado a ser explorado com soluções tecnológicas”, acredita Salomão.
Segundo ele, todos os tipos de empresas já estão migrando suas tecnologias. O ponto alto a se destacar é o serviço em nuvem (SaaS). “Desde 2013, a Gigatron, por exemplo, investe nessa área. Atualmente, 70% dos nossos produtos já estão em nuvem. E até o final de 2018, esse número deve chegar a 100%”, explica. “Há até pouco tempo, o serviço em nuvem era uma tendência, hoje já virou commoditie. Afinal, isso oferece muitos benefícios às empresas, como menor custo de processos, fácil acesso às informações e dados, dinamismo no trabalho, e fácil compartilhamento de informações”, reforça.
Big Data e Inteligência artificial
O mundo – e o Brasil nesse contexto – viverá uma proliferação de ferramentas analíticas. O mercado nacional de analytics saltará 4,8% em 2017, segundo estimativas da IDC, somando US$ 848 milhões. “Muitas empresas estão construindo big datas e acumulando informações de usuários para construir melhores experiências aos usuários. A inteligência artificial vai conseguir prever muitas coisas através de comportamentos de usuários que são extraídas através dessas ferramentas”, explica Salomão. “Através do big data já é possível com que algoritmos construam resultados para que o software de business intelligence sinalize pontos críticos e oportunidades de negócios”, explica.
De acordo com o especialista, isso significa mais informação, velocidade na tomada de decisão, mais assertividade, maior lucratividade, menor custo operacional. “Mas também tem suas desvantagens, com informação aberta sobre dados pessoais e maior risco a criminalidade”, alerta. No caso da Gigatron, por exemplo, com os analytics a empresa é capaz de verificar quais segmentos de mercados estão mais aquecidos, quais os perfis de consumidores gostam de comprar, qual perfil das empresas e como elas atuam no mercado.
Na visão, em menos de 10 anos no Brasil, todo aplicativo vai incorporar algum nível da Inteligência Artificial. “BigData e Inteligência Artificial estarão conectados. Esses canais facilitam a vida do usuário, diminuem os erros operacionais e aumentam a curva de relacionamento”, explica.
Realidade Virtual e Aumentada
Isso, que nada mais é que as capacidades da VR (Realidade Virtual) e da AR (Realidade aumentada) que irão se unir à malha digital para formar um sistema mais contínuo de aparelhos capazes de orquestrar o fluxo da informação com aplicativos e serviços hiper personalizados e relevantes, são uma realidade. “Mas do futuro!”, acredita Salomão. “Ainda estamos um pouco longe de chegarmos a essa realidade. Acredito que, em pelo menos uns 3 ou 4 anos, isso deve para ganhar força. Ainda não temos aparelhos prontos no mercado para essa tecnologia e não temos também profissionais qualificados para esse tipo de desenvolvimento”, lamenta, pois, para ele, a realidade virtual e aumentada gera experiências novas, melhora na curva de conhecimento e maior interação.