O setor de viagens e eventos do Estado de São Paulo extinguiu 6.187 postos de trabalho formais em 2016. Somente nos meses de outubro, novembro e dezembro foram eliminados 4.566 empregos. Em termos de variação porcentual, o estoque ativo de empregados se reduziu em 1,6% em relação ao terceiro trimestre e 2,2% na contraposição do estoque findado em dezembro de 2015. Com isso, o setor encerrou o ano com estoque total de 276.564 trabalhadores formalmente empregados.
Os números são da Pesquisa de Emprego do Setor de Viagens e Eventos (PESVE) baseada nos dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho).
Entre as seis atividades analisadas, a única que apresentou crescimento no número de empregos em 2016 foi o setor de alimentação com alta de 2,9% e mais 1.729 novas vagas.
Por outro lado, o setor de cultura e esportes teve a maior redução em número de empregos no ano, com queda de 7,9% e 389 postos de trabalho a menos. Em segundo lugar, o setor de agências e operadoras de viagens recuou 4,3% e perdeu 1.092 empregos formais.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, os números do último trimestre de 2016 mostram que o mercado de trabalho formal do setor de viagem e eventos do Estado de São Paulo aprofundou sua crise. O saldo negativo foi mais que o dobro da perda registrada no terceiro trimestre.
Apesar de encerrar o ano de 2016 com menos empregos formais, nem todas as notícias são ruins, pois se perdeu menos vagas no 4° trimestre de 2016 que no mesmo período de 2015 e este fato, segundo a Federação, deixa um indício inicial de recuperação deste setor na economia paulista. Assim como já se observa na maioria dos outros setores econômicos, a expectativa da Entidade para o setor de viagens e eventos em 2017 são de saldos menores, sejam eles positivos ou negativos. Isto é, a projeção é de uma estabilidade do mercado de trabalho celetista, principalmente no segundo semestre.
Tendo uma economia tão dinâmica como a paulista e possuindo a capital brasileira de viagens e eventos corporativos, que é o Estado de São Paulo, para que o setor de viagens e eventos paulista volte a aquecer, a FecomercioSP pondera que é necessário uma melhoria mais homogênea do ambiente de negócios nacional.
Regiões paulistas
Segundo a pesquisa, dentre as Macro Regiões Turísticas (MRT) do Estado de São Paulo, cerca de 52% da mão de obra diretamente ligada ao setor de viagens e eventos estão alocadas na Capital Estendida, que compreende mais de vinte municípios, entre eles São Paulo, Guarulhos, Osasco, Santo André, São Bernardo do Campo e Barueri. Já outros 13,8% da mão de obra das atividades que compõem a PESVE estão na MRT Entradas e Bandeiras, com destaque aos municípios de Campinas, Atibaia, Águas de Lindóia, Jundiaí, Hortolândia, Indaiatuba, Serra Negra, Piracicaba, São Pedro e São Roque.
O desempenho negativo do emprego formal no setor no último trimestre de 2016 foi puxado principalmente pelos números da Capital Expandida (-4.712 vagas), com destaque para serviços de transportes e setor alimentício. Por outro lado, o maior destaque positivo foi observado na geração de empregos formais nas atividades ligadas diretamente a viagens e eventos na MRT Vale do Paraíba, Serras e Mar e na MRT Praias e Mata Atlântica, com saldos positivos de 1.145 vagas e 439 vagas, respectivamente.
Nota Metodológica
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por meio do Conselho Executivo de Viagens e Eventos Corporativos (Cevec), reuniu dados sobre o estoque de trabalhadores dos setores ligados a viagens e eventos, com o objetivo de observar a conjuntura econômica e mensurar os novos resultados do mercado de trabalho do segmento. Com uma minuciosa setorização, o estudo foi aprofundado nos âmbitos regionais e municipais e além de possuir tamanho e variação dos vínculos empregatícios formais em âmbito estadual, trabalha com as Macrorregiões Turísticas (MRT) e Regiões Turísticas (RT) do Estado de São Paulo. Para isso, foram analisados os dados da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAEs) referentes às atividades de Transportes, Hospedagem, Alimentação, Cultura e Esportes, Eventos e Exposições, e Agências e operadoras de viagens.
A metodologia da pesquisa se manteve com a utilização do quociente locacional (QL) para estimar o estoque de emprego existente para atender especificamente à demanda adicional gerada pela atividade turística, no caso das atividades não integralmente voltadas à demanda gerada por viagens e eventos (Transportes, Alimentação, Eventos, Cultura e Esportes). Com isso, ao aplicar a metodologia para cada município do Estado, estoques relativamente superiores à média estadual foram considerados empregados existentes para atender a demanda adicional gerada por viajantes.
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