Setor de turismo apresenta melhora em maio, mas resultado ainda é preocupante

O setor de turismo, analisado pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMC), registrou, em maio, crescimento 1,9% no volume de atividade na comparação com o mesmo período do ano passado. Essa é a segunda alta consecutiva, após um ciclo de 14 retrações em 13 meses.  O Índice de Atividades Turísticas (IATUR) é extraído da PMS, elaborada pelo IBGE, e agrega certas atividades do turismo, como alojamento, transporte, seguros, atividades esportivas, educação, entre outros. 

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por meio do seu Conselho de Turismo, ressalta que, desde o início do ano, o indicador acompanha a tendência de apresentar variações negativas cada vez menores; e entre abril e maio, com resultados positivos. No entanto, essa percepção de melhora é considerada relativa, em decorrência de uma base comparativa frágil. Para se ter uma dimensão do que foi perdido ao longo dos últimos anos, o atual patamar de atividade de turismo no Brasil está 13,3% abaixo do registrado neste mesmo mês em 2014, momento pré-crise.

Dos 12 Estados que o IBGE analisa, nove apontaram variação positiva no comparativo anual. São Paulo, que tem o maior peso no IATUR, cresceu 4,1%. No acumulado do ano, oito apontaram desempenho favorável.

Para a presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio, Mariana Aldrigui, o resultado pode não ter sido mais favorável em decorrência da paralisação dos caminhoneiros. Muitas famílias deixaram de viajar e de consumir em restaurantes. Consequentemente, o turismo foi mais um dos setores da economia impactados por essa paralisação.

Na análise do conselho, apesar da melhora gradual, o setor ainda precisa se recuperar muito e não há espaço para comemorar. Uma variável que é fundamental para esse tipo de consumo é o trabalho. As famílias estão sentindo um crescente receio de perder o emprego, por causa da instabilidade econômica e das incertezas políticas. Por isso, tendem a gastar menos, o que deve prejudicar essa sequência positiva do IATUR.

“Cabe também distinguir o otimismo em relação ao turismo de negócios, em que empresas voltam gradualmente a investir em viagens e eventos, e o conservadorismo no turismo de lazer com famílias preocupadas com os efeitos da crise e a perspectiva de manutenção do emprego, preferindo quitar dívidas a fazer novas com viagens”, conclui Aldrigui.