Em julho, o setor de serviços do Estado de São Paulo eliminou 8.706 empregos com carteira assinada, resultado de 163.638 admissões e 172.344 desligamentos. É o quinto mês consecutivo que o setor registra um saldo negativo, mas o número de postos fechados em julho é praticamente a metade do apurado no mesmo mês de 2015, quando 16.955 empregos foram extintos.
Este é o segundo ano, em toda a série histórica desde 2007, que o mês de julho registra extinção de vínculos empregatícios no setor de serviços paulista. Com isso, o estoque ativo atingiu 7.382.795 trabalhadores formais, o menor patamar desde março de 2013, quando 7.359.142 pessoas eram empregadas pelo setor. No acumulado dos últimos 12 meses, foram perdidos 156.909 empregos com carteira assinada o que representa um recuo de 2,1% no estoque de trabalhadores.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Das doze atividades pesquisadas em julho, onze apresentaram retração no número de trabalhadores formais, na comparação com o mesmo mês de 2015. Os destaques negativos foram os serviços de transporte e armazenagem (-4,4%), informação e comunicação (-4%) e profissionais, científicas e técnicas (-3,9%). O único segmento que contratou mais do que desligou no período foi o de médicos, odontológicos e serviços sociais (0,8%).
Com relação aos dados por ocupações, os maiores saldos negativos registrados em julho foram observados nas funções de trabalhadores dos serviços de hotelaria e alimentação (-1.362), seguidos pelos trabalhadores dos serviços de administração, conservação e manutenção de edifícios e logradouros (-1.081) e pelos condutores de veículos e operadores de equipamentos de elevação e de movimentação de cargas (-1.051 empregos).
Segundo a FecomercioSP, a redução de mais de oito mil vagas em julho é expressiva, porém é a metade dos saldos negativos registrados no mês anterior e no mesmo mês de 2015. Se os serviços não acompanham o desempenho do emprego do comércio varejista e atacadista, que em julho admitiram mais trabalhadores que desligaram, pelo menos visualiza-se uma perda mais amena de vagas.
De acordo com a Federação, como o mercado de trabalho dos serviços paulista foi o último a começar a registrar retração seguida de vagas, perante o que ocorreu com o setor comercial de varejo e atacado, é natural que inicie sua recuperação tardiamente também.
A FecomercioSP pondera que ainda vai demorar para que o setor atinja os mesmos patamares de trabalhadores ativos registrados em 2012 e 2013, porém com a confiança do consumidor melhorando gradualmente juntamente com sua intenção de consumo, a perspectiva é a melhora já em 2017 das vendas e, consequentemente, geração de novos postos de trabalho. Este movimento, na avaliação da Entidade, será gradual e bastante volátil seguindo as decisões da política econômica e a própria sazonalidade do setor.
Capital paulista
Foram eliminados 3.402 empregos formais no setor de serviços da cidade de São Paulo em julho. No acumulado dos sete meses do ano foram extintos pouco mais de 24 mil postos de trabalho, enquanto nos últimos 12 meses o montante atinge 62.329 empregos com carteira assinada, o que levou a uma diminuição de 1,75% do estoque total de trabalhadores na comparação com julho de 2015.
Segundo a FecomercioSP, a partir de agosto de 2015 há variação negativa na contraposição anual do estoque ativo de trabalhadores do setor de serviços na capital paulista que atingiu seu porcentual mais negativo no último mês de junho (-1,84%), porém amenizou-se para -1,75% em julho.
Das 12 atividades analisadas na PESP Serviços em julho, apenas as de informação e comunicação (960 vagas) e serviços médicos, odontológicos e serviços sociais (534 empregos) registraram saldo positivo no mês. Os piores desempenhos foram vistos nas atividades de administrativas e serviços complementares (-2.391), educação (-604 empregos) e alojamento e alimentação (-575 vagas).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços) analisa o nível de emprego do setor de serviços. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e 12 atividades: transporte e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; financeiras e de seguros; imobiliárias; profissionais, científicas e técnicas; administrativas e serviços complementares; administração pública, defesa e seguridade social; educação; médicos, odontológicos e serviços sociais; artes, cultura e esportes e outras atividades de serviços. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
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