Contrapondo a eliminação de quase 1,5 mil empregos em janeiro, o setor de serviços no Estado de São Paulo criou 28.031 postos de trabalho em fevereiro, resultado de 193.807 admissões e 165.776 desligamentos. Na comparação com o mesmo mês de 2016, ainda que ambos os saldos sejam positivos, o valor apurado neste ano é quase cinco vezes superior do registrado no ano passado, quando 5.905 empregos foram criados. Já no acumulado de março de 2016 a fevereiro de 2017 houve eliminação de 102.467 postos de trabalho. Com isso, o setor de serviços encerrou fevereiro com um estoque total de 7.320.649 trabalhadores formais, número 1,4% inferior ao apurado no mesmo mês de 2016.
Os dados compõem a Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Apesar do bom resultado em fevereiro, entre as 12 atividades pesquisadas apenas os serviços médicos, odontológicos e serviços sociais (1,9%) apresentaram alta no estoque de empregos em relação a fevereiro de 2016. Destacaram-se negativamente as atividades de transporte e armazenagem (-4,1%), artes, cultura e esportes (-3%) e profissionais, científica e técnicas (-2,9%).
No caso das ocupações, em fevereiro os professores de nível médio superior na educação infantil e no ensino fundamental lideraram a expansão do mercado de trabalho, +5.274 vagas, seguidos dos professores de nível médio na educação infantil, no ensino fundamental e no profissionalizante, com outras 4.287 novas vagas.
Segundo a FecomercioSP, observando os últimos resultados da movimentação do mercado de trabalho nos serviços do Estado de São Paulo nos meses de fevereiro desde 2007, há uma sucessão de saldos positivos, porém surpreendeu o tamanho da geração de vagas celetistas em fevereiro de 2017. Os mais de 28 mil postos de trabalho gerados contrastam com o desempenho recessivo dos últimos cinco meses, sendo a maior criação de vagas desde fevereiro de 2015.
Os números dos meses de fevereiro normalmente são inflados pela geração de emprego dos serviços educacionais, sazonalmente pelo início do ano letivo. No caso do resultado de fevereiro de 2017, das 28.031 vagas geradas pelo setor de serviços, 47% provém dos serviços educacionais. Para a Entidade, o que diferenciou o desempenho geral dos serviços paulista em tais meses, fazendo o saldo total sair de pouco menos de 6 mil vagas para mais de 28 mil foi a recuperação de quase todas as atividades de prestação de serviços avaliadas.
Capital paulista
Assim como no âmbito estadual, a atividade também gerou empregos na cidade de São Paulo em fevereiro, com a criação de 7.950 postos de trabalho, resultado de 80.998 admissões contra 73.048 desligamentos. No acumulado dos últimos 12 meses, porém, o saldo ainda é negativo em 42.373 empregos, o que representa uma redução de 1,2% do estoque total de trabalhadores, que atingiu 3.475.701 empregados.
Sete das doze atividades registraram aumento de empregos no mês, sendo que os maiores saldos foram vistos nas atividades educacionais (+5.053 vagas) e serviços de alojamento e alimentação (+968). Já as maiores quedas foram observadas nas atividades profissionais, científicas e técnicas (-274 vagas) e financeiras e de seguros (-258).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Setor de Serviços do Estado de São Paulo (PESP Serviços) analisa o nível de emprego do setor de serviços. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e 12 atividades: transporte e armazenagem; alojamento e alimentação; informação e comunicação; financeiras e de seguros; imobiliárias; profissionais, científicas e técnicas; administrativas e serviços complementares; administração pública, defesa e seguridade social; educação; médicos, odontológicos e serviços sociais; artes, cultura e esportes e outras atividades de serviços. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).