A alimentação saudável está se popularizando. Essa parece ser uma forma proveitosa de unir o bem estar do consumidor à saúde financeira das franquias. Mas qual seria a melhor maneira de tirar proveito desse interesse? É possível adaptar o que já existe? Ou será possível mudar inteiramente o conceito de uma franquia?
Para responder essas questões, conversamos com Marcus Rizzo, um dos fundadores da Associação Brasileira de Franquias (ABF). Administrador de empresas com experiência em mais de cem organizações nacionais e multinacionais, Rizzo é também um dos sócios da consultoria Rizzo Franchise.
A especialidade de Rizzo é a estruturação de organizações franqueadoras e suas redes de franquias, algo que ele já faz com sucesso para diversas redes no Brasil e no exterior.
Confira a seguir a entrevista.
Mapa das Franquias: Quais são as iniciativas das franquias de alimentos para se ajustarem à nova onda de alimentação saudável?
Rizzo: São poucas e todas de difícil materialização. Aquelas operações que nascem com este conceito e, que são exaustivamente testadas para depois expandirem tem maior chance do sucesso do que aquelas que alteram sua operação de forma drástica.
A maioria das franquias na área de alimentação possuem um conceito “fast”, ou seja serviço rápido. E saudável está diretamente ligado a forma de preparo além da origem dos insumos e isto somado dificulta muito manter o conceito de rapidez.
Veja o McDonald’s que originalmente era “o melhor hambúrguer com fritas inesquecíveis em até 1 minuto” que para reduzir perdas transformou sua operação antes de pré-preparo para preparo sob demanda e simplesmente dobrou as filas. Que sob a pressão da alimentação saudável ampliou o cardápio com muita diversificação apenas inserindo na operação sem estar com suas instalações e pessoal preparado aumentou filas, insatisfação dos clientes e enorme perda de lucratividade.
O conselho é não faça alteração brusca de sua rota em função de ondas, siga em frente e corrija o rumo cuidadosamente.
Mapa das Franquias: Vale a pena incorporar alguns itens “saudáveis” ao cardápio? Como é a aceitação desses itens pelo consumidor? Qual o papel da experiência de compra no ramo dos “saudáveis”?
Rizzo: Acho importante como diferencial mas como todos se dizem “saudáveis” é muito difícil entender e perceber estes diferenciais.
Como falei, esta incorporação deve ser muito gradativa, sem afetar sua operação, seu conceito e o seu posicionamento.
A Dídio Pizza incorporou cuidadosamente a pizza com massa integral, mais leve e saudável sem que isto alterasse sua produção e entrega e, tornou-se uma alternativa para os consumidores que não perceberam nenhuma diferença no tradicional sabor da pizza ou mesmo na sua entrega.
Mapa das Franquias: Qual a importância do treinamento de equipes que comercializam produtos saudáveis? É necessário algum preparo diferenciado? Franquias com conceito de alimentação saudável também requerem cuidados especiais e acompanhamento na produção? Quais?
Rizzo: Sempre muito, mas muito importante, mas a mesma de todos os negócios que tenham padrão operacional e que consigam passar metodologia para seus franqueados e funcionários.
Mapa das Franquias: Quais as tendências par ao setores “saudável X não saudável” este ano? A crise prejudica ambos igualmente ou pesa mais num dos lados? Qual?
Rizzo: Tendência é algo que você quer que aconteça, geralmente por um interesse financeiro e, que invariavelmente não acontece!
É difícil qualificar e classificar como “a favor” e “contra” – posso classificar o McDonald’s e Burger King como saudáveis por servirem saladas e o DNA Natural como não saudável por servir fritura!!!! Será quer os bolos, muffins da Starbucks são “saudáveis”???
O que eu gostaria de ver como tendência é que todos entregassem o prometido, o seu conceito independente de ser ou não saudável.
A ocasião de compra de cada consumidor é que vai fazer a escolha – se estou com pressa certamente não estarei buscando saudáveis.
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