Redes usam modelo móvel para se adaptar ao mercado

Cada empreendedor sabe quais os pontos fortes e os pontos fracos do seu próprio negócio. Em franquias não é diferente e algumas redes têm encontrado na mobilidade a solução para antigos problemas que vão desde a operação até a própria e expansão da marca.

No caso da “Boteco em Casa”, por exemplo, com oito anos de mercado, o desafio estava no próprio negócio da marca: realizar eventos a domicílio com toda a estrutura de um bar. O problema é que nem sempre o local do cliente possui a infraestrutura perfeita ou atende a requisitos mínimos de espaço.

A saída, então, foi criar uma unidade móvel, baseada em um contêiner equipado com tudo o que a cozinha de um boteco precisa e sob medida para a operação da franquia. “Um equipamento a mais que permite que a marca realize outros tipos de eventos que anteriormente não conseguia atender”, explica o diretor da “Boteco em Casa”, Fernando Santos.

“Nesse contêiner eu tenho toda a estrutura que eu preciso pra trabalhar, com todos os equipamentos que precisamos. Quando vamos para o espaço cedido pelo cliente às vezes não encontramos essa situação”, ressalta o empresário.

Com custo de 100 mil reais e espaço para até oito pessoas trabalhando ao mesmo tempo, acima dos tradicionais food trucks, o modelo de contêiner funciona também como marketing do “Boteco em Casa” que, mesmo participando de eventos e feiras com a unidade móvel, mantém o foco o no principal negócio da marca: a realização de eventos.

“É uma chance de apresentarmos nosso serviço e divulgarmos o nosso trabalho, mas onde a gente realmente ganha dinheiro é fazendo os eventos. Esses festivais são interessantes? Às vezes são e às vezes não são. Como marketing eles funcionam muito bem e despertam a atenção para fechar eventos”, revela Santos.

Segundo ele, o contêiner está disponível para franqueados que realizem cerca de 15 a 20 eventos por mês pelo menos, o que gera um faturamento capaz de pagar o investimento na unidade móvel apontada por Santos como “um equipamento a mais” no negócio de evento sob demanda.

Já no caso da rede Pão Express, o uso do contêiner foi a saída encontrada para expandir a rede em um cenário econômico mais apertado. A rede de padaria drive thru conta atualmente com 8 unidades e pretende atingir, até o final de 2016, 50 padarias Pão Express em todo o país.

“É um modelo com maior custo benefício, e isso vai trazer mais investidores para nosso negocio, tornando ele mais viável e mais atrativo”, explica o sócio da marca, Jhonathan Ferreira. De acordo com ele, o contêiner reduz em até 30% o custo de instalação e em até dois meses o tempo de entrega da unidade.

“O drive thru precisa de um espaço considerável para a circulação dos carros enquanto o contêiner é um modelo mais enxuto, mais viabilizado”, explica Ferreira ao ressaltar que dois franqueados, em São Luís (MA) e Fortaleza (CE) optaram pelo novo modelo.

“Consideramos atingir 50 unidades até final de 2016 – o que não foi possível esse ano – apostando também em modelos quiosques e cafés em aeroportos”, lembra o empresário.

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