Expandir os negócios é o grande conceito por trás do mercado de franquias: possibilitar que outras pessoas utilizem sua marca, levando-a para as mais diversas localidades é o que impulsiona esse mercado que cresce a cada dia no Brasil.
Apenas em 2018 o franchising faturou 7% a mais do que o registrado no ano anterior, além de aumentar também em novas unidades (5%). As expectativas para este ano também são positivas e, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor espera crescer de oito a 10% a mais do que em 2018.
Com uma participação importante na economia brasileira, gerando empregos e possibilitando a abertura de novos negócios no país, o mercado de franquias é, atualmente, um exportador de redes brasileiras e de suas modalidades de negócio que deram tão certo por aqui.
De acordo com o desempenho do franchising brasileiro divulgado pela ABF, no ano passado haviam 145 marcas brasileiras atuando no exterior com operações em 114 países. Segundo a pesquisa, os segmentos de maior destaque são Moda (35 marcas); Saúde, Beleza e Bem-Estar (25 marcas) e Alimentação (22 marcas). Dentre os países que mais recebem marcas brasileiras, o grande destaque é para os Estados Unidos que conta com 59 franquias do Brasil em seu território – seguido por Portugal (com 34), Paraguai (32) e Bolívia (22), entre outros países.
Para as redes que já alcançaram sucesso dentro do Brasil, a internacionalização faz parte de um processo natural que visa a conquista de novos mercados. Esse é justamente o próximo passo da Gigatron Franchising, rede desenvolvedora de softwares para empresas que atuam no varejo, que conta com cerca de cem unidades espalhadas pelo Brasil: “Ainda queremos conquistar vários outros mercados no Brasil, mas para nós o mais importante não é desbancar a concorrência, mas sim desbravar novos mercados, ir até onde a concorrência não vai”, explica o diretor executivo da rede, Marcelo Salomão.
O intuito por trás dessa estratégia aplicada por Salomão é anular a concorrência ao criar uma nova demanda: “O embate com os concorrentes se torna inútil se o público já sabe o que precisa, já sabe o que eu ofereço e o que meu concorrente oferece. Mas em mercados inexplorados eu posso ser a solução para o problema do cliente se eu chegar primeiro”, explica.
Próxima parada: Estados Unidos
Neste mês de fevereiro a Gigatron começará seu processo de internacionalização com uma road trip pelos Estados Unidos. A rede passará pelos estados da Flórida, Califórnia, Nevada e Geórgia em busca de investidores e recrutamento de novos franqueados para o negócio. Além disso, a Gigatron estará na IFA 2019 Convention, em Las Vegas (Nevada), a maior feira de franquias do mundo. “É uma oportunidade única, uma chance que não poderíamos perder. Lá estarão os maiores players do mercado mundial de franquias”, diz o diretor.
O produto que encabeçará a internacionalização da marca é o software PDV Portátil, uma tecnologia que pode revolucionar o mercado de varejo e prestadores de serviço, garante Salomão: “O mais interessante desse produto é que o próprio celular substituirá o computador em todas as funções da loja”. Dentre as características do produto, estão: o leitor de código de barras passa a ser substituído pela câmera do celular; a internet fixa é substituída pelo 3G ou qualquer outra internet móvel; tecnologia NFC entra no lugar das máquinas de cartão de crédito/débito; entre outras especificidades. “Como tudo fica embutido no celular o custo de infraestrutura é extremamente baixo”, salienta.
Neste primeiro momento, a rede comercializará no mercado americano apenas o software PDV Portátil e o Meu Restaurante (software exclusivo para gestão de restaurantes), com o foco em brasileiros que já moram nos EUA. Além disso, a Gigatron também procura por investidores americanos dispostos a investir na expansão dos negócios da franquia.
Na terra do Tio Sam, os investimentos iniciais da Gigatron serão de R$10 mil – todos os investimentos por parte de franqueados dos Estados Unidos serão cobrados em valores da moeda brasileira, não em dólar. Os custos para manter o produto e fazer as adequações necessárias variam conforme a área geográfica em que o franqueado está inserido. O cliente final é apenas usuário do produto (o software), sendo que a gestão do negócio é realizada a partir do celular ou qualquer outro dispositivo móvel.
“O mercado norte-americano está preparado para muitas adversidades. Se der certo por lá com certeza dará certo em outros países desenvolvidos que também estão no nosso radar, como Canadá, Reino Unido e Alemanha”, acredita Salomão. A Gigatron pretende conquistar cem clientes em solo americano já no primeiro ano de internacionalização das atividades.