Em 2008, quando o agrônomo Luiz Alberto Dias Pinto resolveu criar uma turma de ensino bilíngue para apenas dois alunos em uma salinha localizada nos fundos da sua escola de idiomas na cidade de Jundiaí (SP), sua ideia era apenas trazer para o Brasil um pouco do que tinha visto de positivo nas instituições de ensino dos Estados Unidos.
No entanto, a recepção do modelo foi tão positiva que aquela pequena turma saltou para mais de 700 alunos, deixando o espaço inicial de menos de 25m2 para ocupar todo o prédio principal da escola. Para dar conta de tantos matriculados, a estrutura foi ampliada em dois andares, e hoje totaliza mais de 2,7 mil m2. Nascia assim a The Joy School, rede de escolas de ensino regular bilíngue com 14 franquias e faturamento mensal de mais de R$1,1 milhão.
Segundo Ludimila Dias Pìnto Fernandes, filha de Luís Alberto e hoje CEO da rede ao lado do marido, Júnior Fernandes, a ideia de apostar no ensino bilíngue surgiu das viagens que o pai fazia com a família. Nessas ocasiões, ele visitava escolas no exterior, especialmente nos Estados Unidos, e se encantou por características que não existiam no Brasil, como o fato de as instituições serem mais coloridas, divertidas e utilizarem metodologias ativas, que colocam o aluno na condição de protagonista.
“Meu pai já havia migrado da engenharia e passou a investir no ramo de idiomas desde o começo dos anos 90, mas nessas viagens viu a oportunidade de fazer algo diferente. Até então, as opções que tínhamos por aqui eram apenas o curso de inglês ou a escola internacional, que tem currículo de fora. Nossa proposta é oferecer o ensino bilíngue a um bom custo benefício, mas sem deixar de valorizar o conteúdo nacional”, explica Ludimila.
Se hoje os pais já entendem a importância de colocar os filhos em contato com outro idioma desde muito cedo, naquele tempo ainda não havia essa compreensão. Assim, quando Luís Alberto apareceu com a nova proposta, apenas dois interessados se matricularam, incluindo o filho de um de seus funcionários na escola de inglês. Nessa época, as aulas eram ministradas em uma pequena sala nos fundos, onde hoje funciona o banheiro da The Joy School.
“Meu pai sempre foi muito visionário. Sabíamos que não era algo que daria resultado imediato, pois seria preciso uma mudança de cultura. Mas aos poucos outras pessoas ficaram sabendo e a procura aumentou. Com o crescimento do número de alunos, mudamos o foco do ensino de idiomas para o modelo bilingue, e a The Joy passou a ocupar o prédio principal. Depois, construímos o primeiro andar, o segundo, e agora já vemos a necessidade de ampliar ainda mais o espaço com um prédio anexo”, revela.
Momento de expansão
Graças ao sucesso, a The Joy School viu a oportunidade de levar sua proposta para outras regiões por meio do modelo de franquias em 2018. No ano seguinte, Luís Alberto e sua esposa se mudaram para Angola para participar de uma missão voluntária, e Ludimila assumiu o negócio em meio ao movimento de expansão. Atualmente, a marca conta com 14 franquias, e viu seu faturamento saltar 73% em fevereiro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2021.
“Nos últimos três anos, fizemos muitas mudanças para alinhar a estrutura da escola com a nossa visão para o futuro. Estamos fortalecendo a unidade de Jundiaí e investindo em contratações para acompanhar essa expansão. Já nas franquias, optamos por oferecer apenas o Infantil neste primeiro momento, pois ele demanda um espaço mais enxuto. A ideia é que os franqueados ampliem a estrutura aos poucos, e passem a oferecer o Fundamental 1 conforme seus alunos avançam nos estudos”, encerra.