A próxima inauguração de loja do Café Cultura marca também uma nova fase para a marca. A rede catarinense, depois de conquistar o público das regiões Sul e Sudeste, chega ao Centro-Oeste do Brasil agora em março, com uma loja em Cuiabá, no Mato Grosso. O plano de expansão da empresa focada em cafés especiais vem alcançando grande resultados e reconhecimento.
A tendência de espaços dedicados ao café vem crescendo há anos, e ganhou impulso maior desde 2020. Naquele ano, a pesquisa “The Brazilian Coffee Market” divulgada pela empresa neerlandesa Rabobank (de análises do agronegócio e mercado de alimentação) já estimava que em breve o Brasil poderia chegar a ter dois terços da produção de café em toda América Latina. No fim do ano passado, o presidente da companhia Intelligentsia Coffee, James T. McLaughlin Jr., visitou o país para falar justamente das possibilidades de mercado para as cafeterias e como foram aceleradas na pandemia.
O especialista apontou alguns detalhes relevantes, como a venda de cafés pela internet e a formação de um público mais exigente e conhecedor de grãos e torras variadas. O Café Cultura já explorava esses nichos há anos. Outro ponto confirmado por McLaughlin foi o crescimento de cafeterias especializadas em áreas residenciais, que estimula o home office e foi boa pedida nas fases de flexibilização das restrições de isolamento social. São tendências que se confirmaram e vão se estabelecer de vez.
A rede catarinense é atenta às tendências, o que permitiu estar acima da curva. O reconhecimento pelo bom posicionamento de mercado da marca veio com rapidez: foi apontada como a quinta maior rede de cafeterias do Brasil no Prêmio Melhores Franquias 2021. Fundada em 2004, a rede Café Cultura foi se consolidando em sua terra natal, o que fez toda a diferença na hora de expandir para outros estados. Hoje, conta com lojas nas cidades de Florianópolis, Rio de Janeiro, Curitiba, Balneário Camboriú, São José, Caxias do Sul, Canoas, Porto Alegre, Jaraguá do Sul, Blumenau, Itajaí, Tubarão, Londrina e Maringá.
O plano bem desenvolvido de expansão garantiu que a marca pudesse crescer mesmo com retração econômica e restrições de atendimento ao público pela pandemia, sem ter fechado nenhuma loja. Inclusive, os números melhoraram. Em 2019, foram inauguradas 5 unidades e, em 2020, duas novas praças foram incluídas na rede. Ou seja: só em 2021, os números de unidades foram superiores aos dois anos anteriores. O sucesso é refletido também em faturamento. Em 2019, chegou a R$ 15 milhões. A pandemia desacelerou os ganhos do ano seguinte, atingindo mais de R$ 11 milhões. Mas em 2021, os valores mais que duplicaram em relação a 2020, passando dos R$ 25 milhões de rendimento.
Cuidado do plantio até a xícara
O formato Farm to Cup adotado também se destaca. O cuidado dos grãos desde o plantio até chegar à xícara, com análise de toda a cadeia de produção pelos sócios, é inovador no país. Produtores parceiros no Espírito Santo e São Paulo com grãos 100% arábica de origem controlada, em altitudes acima dos 1000m, fornecem o café. Após inspeção, os frutos são levados ao Café Cultura Lab, laboratório próprio da rede para torrefação e elaboração dos blends, que chegam às lojas e, também, podem ser comprados online para degustar em casa. São cinco blends tradicionais, além de edições especiais temporárias, como a de Páscoa e a de Natal.
A adaptação do cardápio, constantemente renovado, traz novidades sazonais. Para o verão, por exemplo, novos cafés gelados e smoothies entraram temporariamente para o menu das franquias. Pedidas gastronômicas pensadas para acompanhar o café, de salgados, pães e waffles até as tortas e brunches completos, também se aliam com pratos para almoço e jantar, como omeletes e saladas. Até cerveja com café entra nas pedidas da rede.
A atenção aos pontos de venda é outro diferencial. Com assessoria para os franqueados na hora de montar a loja (dando indicações sobre design por exemplo), a marca mantém uma unidade ao mesmo tempo que permite cada espaço buscar sua identidade. Isso levou o Café Cultura a ter destaque no Prêmio Design de Varejo 2021: a unidade Village Mall Rio de Janeiro foi 1º lugar na categoria Quiosque de Alimentação (também citada como Loja do Ano com maior pontuação entre os jurados), e a unidade Batel de Curitiba, 1º lugar em Lojas de serviços de alimentação de médio porte.
O sistema de franquias tem funcionado muito bem para o crescimento da marca. O investimento inicial de R$ 300 mil para o modelo quiosque, indicado para uma unidade do Café Cultura que tenha retorno estimado de 24 a 36 meses com faturamento médio de R$ 75 mil. O pagamento de royalties é de 5% sobre o faturamento bruto, além de 1,5% para fundo destinado à propaganda. Com a retomada econômica e relaxamento das regras de isolamento, os pontos físicos ganham maior destaque e foco no plano da rede. A loja de Cuiabá representa esta nova fase de expansão para outros estados.