Rede social para adoção de animais, plataforma para troca de experiências na decisão de carreira e vida, marketplace que conecta fornecedores com consumidores eco-friendly foram as startups destaque do programa de cultura empreendedora e inovação desenvolvido pela Maple Bear, rede de escolas de ensino bilíngue com metodologia canadense, em parceria com a JA Brasil e a escola de negócios StartSe. Ao todo, 150 alunos de 11 cidades participaram da jornada de formação totalmente digital, que contou com aulas, mentoria e a criação de um projeto de startup real ao fim do ciclo. Uma banca formada por profissionais de mercado selecionou nove como as mais promissoras e a Maple Bear estuda como auxiliar a aceleração das primeiras colocadas no futuro.
As startups não ficaram apenas na ideia, mas avançaram para um plano de negócios inicial que incluiu definir um problema/dor a ser resolvido, público-alvo, MVP (produto mínimo viável), modelo de negócios e estratégias para atacar o mercado. Ao final, precisavam definir os próximos passos e simularam a apresentação do seu pitch para possíveis investidores. As equipes se organizaram como um time de uma startup, onde cada aluno assumiu uma responsabilidade de forma que todos pudessem se complementar e trabalhar em conjunto. Os grupos realizaram, inclusive, pesquisas de mercado, entrevistas com clientes, análise da concorrência e até projeções financeiras.
“Mesmo com as aulas remotas, os alunos tiveram a oportunidade de executar um projeto inovador com colegas de escolas Maple Bear pelo Brasil. Cada grupo tinha o máximo de diversidade, sendo um aluno de cada idade (14 a 17 anos), escola e perfil (assessment feito na inscrição). A diversidade e as diferentes vivências de cada um foram essenciais para gerar riqueza de ideias, opiniões e projetos incríveis ao final da jornada”, afirma Cintia Sant’Anna, diretora acadêmica da Maple Bear. Cada etapa, aula e mentoria do programa teve uma aprendizagem conectada com a metodologia Maple Bear. “Na jornada de criação da startup foram trabalhadas várias habilidades essenciais para os jovens enfrentem o mundo real, seja qual for a trajetória (empreendedorismo, mundo corporativo, universidade, etc.), como pensamento crítico, resolução de problemas complexos, empatia, colaboração, flexibilidade cognitiva, criatividade, poder de execução (fazer acontecer), tomada de decisão, liderança, negociação, comunicação, inteligência social”, completa a diretora acadêmica da Maple Bear.
Para Maria Teresa, aluna do 9° ano da Maple Bear Aracaju, “participar desse projeto foi uma longa e divertida jornada de aprendizagem. A oportunidade de poder tirar nossas ideias do papel e de conhecer pessoas do Brasil inteiro tornou essa experiência incrível!”. Mateus Mendes, do 9º ano da Maple Bear Macaé, ressaltou que “foi uma experiência única! Eu gosto muito de aprender coisas novas. O mercado procura muito por pessoas que tenham essas habilidades que praticamos aqui. Quando você entra no mercado de trabalho, você já sabe como funciona uma startup”. Já Vinícius Purgato, do 3º ano do ensino médio da Maple Bear Mogi das Cruzes, afirmou “programa pode contribuir muito para o nosso futuro, considerando que a Maple Bear já tem uma visão mais inovadora e empreendedora. A troca com outros colegas, de diferentes lugares foi muito legal! Às vezes, você acha que não tem boas ideias, mas quando você se reúne com outras pessoas você percebe que isso é possível! E nós colocamos essa ideia em prática”.
O diretor de Pessoas da Maple Bear, Roberto Publio, afirma que “com o grande sucesso, a Maple Bear está, além de uma nova edição do programa, planejando a sequência da iniciativa. A ideia é montar uma aceleradora para as startups destaque, com apoio da própria comunidade Maple Bear como mentores (owners, pais, líderes), transformando os projetos em realidade e levando até o contato com investidores anjo. Aqueles que desejarem a carreira empreendedora, terão uma oportunidade de ouro nas mãos!”.
Startups destaque – A primeira colocada foi a startup Helpet, cuja proposta é transformar o abandono de animais em cuidado e paixão por meio de uma rede social que conecta ONGs e abrigos com potenciais adotantes de pets. No Brasil, há mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo que a população bichos de estimação no geral é de mais de 171 milhões. A monetização será realizada por meio de anúncios de empresas pet e assinaturas com benefícios agregados.
Em seguida veio a Ourversity, plataforma de troca de experiências e serviços para jovens em diferentes fases de desenvolvimento: busca de intercâmbio, vestibular, independência financeira, morar sozinho etc. Os jovens identificaram, por exemplo, que a taxa de desistência em universidades é superior a 50%, sendo que em grande parte dos casos a causa principal é a inadaptação ou vontade de mudar de área. Além disso, embora haja bastante informação na internet, ela está muito dispersa e difícil de localizar. A plataforma, justamente, seria um agregador de conteúdo e rede social para troca de experiência com a possibilidade de serviços como aconselhamento e pesquisas sobre opções de universidade, intercâmbio e vagas de empregos para jovens. A monetização seria por meio de anúncios de empresas associadas a este universo e também por meio de assinaturas (embora eles tenham previsto uma opção gratuita mais simples).
A terceira colocada foi a startup Nearby que conecta fornecedores especializados com consumidores eco-friendly. Segundo o estudo realizado pelo grupo, 30% da população brasileira busca ou tem interesse em uma vida mais sustentável. Trata-se de um mercado em expansão, não apenas no Brasil, mas no mundo. De outro lado, consumidores têm dificuldade de obter produtos e serviços com este perfil. A proposta é unir as duas pontas por meio de um aplicativo móvel de marketplace especializado, cuja remuneração se dará com base em uma porcentagem das transações realizadas.
Já a Heart House mira um problema cada vez mais comum: crises psicológicas. Embora atualmente exista uma gama ampla de opções, são poucas as pessoas que mantém tratamentos de longo prazo como terapias e meditação. O aplicativo irá trazer, justamente, protocolos emergenciais para os principais tipos de crise, com possibilidade do uso de áudios, contato com familiares e até a assistência online para escuta. A remuneração viria de assinaturas mensais, sendo que haveria um período de free trial para experimentação. A quinta colocada é a Conecta, que desenvolveu uma solução diferenciada de controle parental. Atualmente, existem várias opções no mercado, mas elas são de difícil gestão, não permitindo também costumizações e análises. A ideia da startup é que os pais usem a ferramenta de controle parental que desejem, passando a solução da Conecta o banco de dados. Psicólogos analisam essas informações, dando uma devolutiva a família e sugerindo adequações nos parâmetros de controle. A remuneração se daria por prestação de serviços e parcerias com empresas interessadas neste público.
As demais startups selecionadas foram: Simplify (plataforma para profissionais que buscam ferramentas digitais alinhadas com suas necessidades), LitR (aplicativo que conecta empresas de coleta de lixo com pessoas que querem preservar o meio ambiente), Mature (plataforma que prepara jovens para decisões de carreira e início da vida adulta) e BookShare (plataforma que conecta alunos para troca de livros já utilizados).
Pitch e Demoday – Formado por fundadores de startups, investidores anjo e diretores de inovação de grandes empresas e do poder público, o grupo de 9 jurados avaliou as startups com base em quatro categorias macro: Problema, Solução, Modelo de Negócio e Time. “Com base nestes critérios, os jurados precisavam ao final responder a seguinte questão: Qual destas startups você convidaria para uma próxima reunião? Em cada Demoday, foram escolhidas as startups destaque, sobre as quais os jurados visualizaram um maior potencial de execução e interesse em ter uma próxima conversa. Quando as fundadoras e fundadores de startups buscam investimento, novas parceiras, mentoria ou até novas pessoas para seu time, elas fazem o pitch (uma apresentação breve e sucinta da startup), buscando despertar o interesse e evoluir para novas conversas. Foi isso que simulamos ao final do programa, para que os jovens aprendam na prática como isso acontece”, explicou Renata Tomazeli, líder do Programa JA Startup.
Para a jurada Cláudia Backes, sócia da Startse, “os alunos da Maple Bear surpreenderam com o nível de maturidade das ideias e modelos de negócio sugeridos, realmente compreenderam o famoso ‘startup style’ e como se inicia um empreendimento inovador. A qualidade geral dos pitches dificultou a escolha da banca avaliadora e acabamos escolhendo pela Helpet, muito por conta do mercado e oportunidade promissora de viabilização e principalmente pelo envolvimento do time no projeto e propósito. Como a execução é a principal etapa de qualquer novo empreendimento, é preciso ter um time engajado e capacitado para fazer de grandes ideias, ótimos negócios.” A jurada Rochelle Silveira, cofundadora da Bella Pagamentos, ressaltou que “acredito muito na força do empreendedorismo e na oportunidade que temos hoje para decidir como queremos que o mundo seja e construir como vamos viver daqui 10/20 anos e é por isso que eu tenho muito orgulho de participar da iniciativa do JA Startup, que tem como objetivo fomentar a educação empreendedora nos jovens. Ficamos muito impressionados com a alta qualidade de entrega dos projetos apresentados, bem como a preocupação com assuntos tão atuais e essenciais para comunidade, como depressão, preconceito e preservação do meio ambiente, além de desafios que estamos vivenciando hoje, como prestação de serviços locais, como encontrar a ferramentas ideais e, até, soluções eficientes para controle parental no mundo virtual“.