A doação de sangue para cães e gatos ainda é pouco conhecida pela população brasileira. Normalmente os tutores só passam a conhecer quando o seu pet precisa receber sangue por causa de algum acidente, doença ou cirurgia de alta complexidade.
Cinthya Ugliara, veterinária das redes Dra. Mei e de petshops Petland, marcas do Grupo Brasil Pet, lembra que atualmente existem vários bancos de sangue no Brasil. “Podemos encontrá-los em universidades, hospitais e laboratórios veterinários”. Todos realizam campanhas periódicas de doação de sangue canino e felino, segundo Cinthya, seja em suas estruturas ou em clínicas parceiras, como na rede de clínicas veterinárias Dra. Mei, franquia de clínicas veterinárias lançada pela Petland em 2018. “Essas campanhas frequentes se fazem necessárias, pois assim como na medicina humana, os bancos de sangue veterinários sofrem com estoques baixíssimos”, garante.
Para ser um doador o cão deve ter entre 1 e 7 anos, ser dócil, pesar no mínimo 25 quilos, estar com vacinação, vermifugação e controle de pulgas e carrapatos em dia, não ter nenhuma doença pré-existente, não ser obeso, não fazer uso de nenhum medicamento de forma continuada, não ter realizado nenhuma cirurgia nos últimos dois meses. Também é importante que o animal nunca tenha recebido transfusão de sangue e no caso das fêmeas não estar prenha ou lactante. Para os gatos, os pré-requisitos são os mesmos e os doadores devem pesar no mínimo 4 quilos. Não há nenhuma restrição para animais castrados.
Cinthya lembra que os cães possuem mais de 13 tipos sanguíneos, o que inviabiliza a tipagem sanguínea. Por isso, antes da transfusão é feito um teste de compatibilidade entre o sangue da bolsa e o cãozinho que precisa receber a doação. Já nos gatos se faz a tipagem sanguínea, pois eles têm apenas três tipos (A, B e AB). “A tipagem sanguínea e o teste de compatibilidade são essenciais para que a transfusão ocorra com o máximo de segurança, evitando uma reação de destruição das hemácias ou até morte do pet por incompatibilidade”, explica a veterinária.
A preocupação dos tutores de que os pets possam ter problemas com a retirada do sangue, segundo Cinthya, não é necessária. “A doação de sangue é um procedimento tranquilo e seguro para o pet doador”, garante. “Não dói, não precisa de sedação e dura apenas 15 minutos. Com auxílio do material adequado (agulha, equipo e bolsa para coleta) o veterinário coleta o sangue do doador por meio da veia jugular (pescoço)”.
Ao contrário do ser humano, o cão ou gato doador não precisa estar em jejum e não há necessidade de nenhum preparo para a doação. “O procedimento é muito seguro, não havendo riscos para o doador, também não é necessário nenhum cuidado especial após a doação, três meses depois o animal já está totalmente recuperado e pode doar novamente”, diz a veterinária. Também existem vantagens em tornar o pet doador de sangue. “Ele recebe gratuitamente, a cada doação, um exame físico realizado pelo veterinário responsável pela coleta, além de exames laboratoriais”. Para os cães é realizado hemograma, função renal, erlichiose, dirofilariose, lyme, leishmaniose e brucelose, e para os gatos hemograma, função renal, leucemia felina, imunodeficiência e mycoplasma.
Cães e gatos podem precisar de transfusão sanguínea em casos de acidentes, doenças que provoquem anemia ou durante cirurgias de alta complexidade. Mais do que doar sangue, seu pet pode doar amor e esperança, a doação é um ato que salva vidas. Um doador de sangue canino pode salvar até quatro vidas em uma única doação e um doador felino pode salvar até duas vidas.
Campanha “Doa’cão’ de sangue”
No dia 15 de junho, a Dra. Mei Mooca (unidade localizada na Av. Paes de Barros, 342) abrigará uma ação de coleta de sangue de cães promovido pela Sanimvet – Banco de Sangue Veterinário, das 10h às 16h. O evento faz parte das atividades de comemoração de um ano da Dra. Mei.