Pediu demissão, abriu empresa de RH em sala emprestada, quase faliu, e hoje é dona de franquia

Ellen Leandra Anholeto fundou a ActionRH em 2010, rede que oferece serviços de recrutamento e seleção, consultoria e assessoria para empresas

Viver a vida com mais equilíbrio e tempo com a família. Foi com esse propósito que Ellen Leandra Anholeto fundou a ActionRH, empresa de São José do Rio Preto (SP), especializada em consultoria, assessoria, seleção e recrutamento, e que acaba de se tornar franquia.

“Realizamos projetos pontuais para atender uma necessidade da empresa, por exemplo, um processo de implantação de novas frentes na área de RH; gestão de pessoas em si; e recrutamento e seleção para encontrar talentos que atendam às competências e habilidades do negócio”, comenta Ellen Leandra, diretora da franquia.

Como funciona

O franqueado não precisa ser da área de Recurso Humanos. Ao adquirir uma unidade, com investimento inicial de R$ 129 mil que inclui taxa de franquia capital de giro e instalação, o investidor irá montar uma equipe para fazer atendimento online e presencial.

De acordo com Ellen Leandra, nesse primeiro momento, a rede irá focar a expansão no estado de São Paulo. “É uma forma que é uma forma de expandir e acompanhar mais de perto a evolução do negócio como franquia”, diz.

O início

Ellen Leandra trabalhava em uma empresa com muitos compromissos fora de Rio Preto. As viagens a faziam ficar longos períodos longe de casa. Essa situação impactava negativamente a qualidade de vida da empreendedora e do marido, Carlos Augusto. Foi então que ambos chegaram à conclusão de que era hora de mudar o curso de suas vidas.

Em 2010, com a vasta experiência na área de recursos humanos, Ellen Leandra teve a ideia de abrir a própria empresa, com foco em recrutamento e seleção, para ajudar outras pessoas a encontrarem oportunidades de emprego ideais.

Assim surgiu a ActionRH. Carlos Augusto acreditava no potencial da esposa e apoiou completamente sua decisão. “Na época, eu trabalhava em uma empresa de elétrica. Eu disse que, se não desse certo, eu iria dar um jeito de pagar as contas”, lembra. “O curioso é que eu não fazia a menor ideia de como eu faria isso se o negócio não funcionasse”, brinca.

Começo difícil

A partir do quarto mês, Carlos Augusto se juntou ao negócio como vendedor, mas ajudava em outras tarefas também. Apesar da experiência de Ellen Leandra, ela não tinha estrutura física para o novo negócio.

O jeito foi improvisar. Usando um balcão de empregos local, eles anunciavam as vagas das empresas e Carlos Augusto fazia os agendamentos por telefone dentro de um carro. “Eu também deixava comigo uma impressora, que usava para imprimir os currículos dos candidatos na casa da minha sogra”, diz.

Já Ellen Leandra fazia as entrevistas em uma sala emprestada de uma escola da cidade. “A diretora era minha amiga, ela cedia o espaço quando não tinha aula. Era um horário super limitado e foi muito importante para a nossa jornada”, comenta Ellen.

Primeiros resultados e gravidez

Oito meses depois, o negócio já estava em um novo patamar de clientes. Já não dava mais para trabalhar homeoffice ou do carro. O casal decidiu alugar uma casa e transformá-la em escritório. “Decidimos investir uma parte do dinheiro que ganhamos no aluguel de uma casa e também em colaboradores”, conta Ellen Leandra.

Ela lembra que o lugar precisava de pintura e reformas. Como o dinheiro estava contado para o aluguel e o material, o casal mesmo acabou fazendo os ajustes da casa. Foram duas semanas trabalhando nisso, “e valeu a pena, porque ficou do jeito que a gente queria”, diz.

Em 2014, a empreendedora engravidou. Por ser uma gravidez de risco, ela precisou se ausentar do trabalho. O sonho começou a desabar. “Os clientes começaram a deixar a empresa, porque queriam trabalhar apenas com a Ellen. Quando souberam que ela estaria de licença, pediram para cancelar o contrato. Perdemos quase todos os clientes e chegamos a beirar a falência”, comenta Carlos Augusto.

De volta ao trabalho

Após o nascimento do filho, Ellen Leandra voltou a trabalhar, mas não queria ter de passar pela mesma situação. “Pensei: e se eu ficasse doente, passaria por tudo isso de novo?”. Então, a empreendedora teve uma ideia.

“Na época, a gente fazia consultoria e recrutamento e seleção, mas tive um insight e decidi implementar uma assessoria também, no qual a ActionRH funcionaria como o próprio RH das empresas”. O retorno de Ellen Leandra e o novo serviço fizeram os antigos clientes voltarem. O sucesso dessa modalidade foi tanto que a ActionRH começou a atrair novos clientes.

Então, em 2019, veio a ideia de virar franquia. Ellen Leandra sentia que tinha a possibilidade de expandir os negócios fora de Rio Preto, mas a pandemia de 2020 adiou o processo.

No franchising

Em 2022, a ActionRH seguia em ascensão. Com a pandemia mais controlada, a ideia de virar franquia amadureceu e a empresa entrou com o processo de franqueamento, mais precisamente, no dia 3 de janeiro daquele ano. “Foram meses de reuniões e definições para fazer da ActionRH, de fato, uma franquia”, lembra.

Em 2023, a rede iniciou a expansão. Por enquanto, a ActionRH possui uma unidade própria, em Rio Preto. Até o fim deste ano, a franquia projeta chegar em dez unidades.

“Eu sempre soube que podia fazer da ActionRH uma marca nacional e referência no segmento. É claro que dá um friozinho na barriga essa nova fase, mas eu entendo que virar franquia é parte desse processo, e que vai dar tudo certo”, finaliza Ellen Leandra.