Participação de cartões nas vendas do varejo atingiu 33,3% em 2015, estima FecomercioSP

A participação de cartões no faturamento do varejo passou de 32,5% para 33,3% entre 2014 e 2015, sendo que cresceu apenas a parcela das vendas feitas com cartão de débito, enquanto a do cartão de crédito ficou estável. É o que aponta estudo da Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

De acordo com estimativas da Entidade, a partir de dados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) e da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), o faturamento nominal do varejo deve ter atingido R$ 1,394 trilhão em 2015 – alta de 3,2% em relação a 2014. O dado não considera os setores de materiais de construção e veículos, motos, partes e peças.

No ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o faturamento dos cartões no Brasil atingiu R$ 1,065 trilhão, crescimento nominal de 8,9% ante 2014. Os cartões de crédito movimentaram R$ 665 bilhões (alta de 7,7% em relação ao ano anterior), e os de débito, R$ 400 bilhões (aumento de 11% na mesma base de comparação).

Se considerarmos apenas as vendas do varejo (comércio varejista e varejo alimentício, de acordo com segmentação disponibilizada no site da Abecs), a receita foi de R$ 463 bilhões, alta de 5,6% em relação a 2014, com faturamento de R$ 285 bilhões (crescimento de 2,9%) dos cartões de crédito, e de R$ 178 bilhões oriundos de compras no débito (aumento de 10,3%).

Com isso, a participação dos cartões nas vendas do varejo cresceu de 32,5% para 33,3% entre 2014 e 2015, mas com um detalhe importante: cresceu apenas a participação das vendas com cartão de débito (de 11,9% para 12,8%), enquanto ficou estável a das vendas com cartão de crédito (20,5%).

Para a assessoria econômica da FecomercioSP, há pelo menos quatro explicações para o aumento da participação dos cartões de débito e a estabilidade da participação dos cartões de crédito nas vendas do varejo. A primeira está ligada às taxas de desconto, que são mais baixas no débito do que no crédito. Diante da queda das receitas e da necessidade de cortar custos, o varejo economiza com um maior volume de vendas no débito.

Além disso, o lojista recebe o valor das vendas com cartão de débito em um prazo menor – dois dias após a realização da venda – do que o das realizadas no crédito – cerca de 30 dias após a venda.

Na primeira opção, assim, os varejistas não apenas melhoram o fluxo de caixa, já que embolsam os valores em um prazo menor, como economizam nas operações de antecipação de recebíveis (empréstimo feito por bancos e credenciadoras aos lojistas, que tem como garantia as vendas já realizadas no cartão de crédito), cujas taxas de juros vêm crescendo ao longo dos últimos meses.

Além disso, segundo a Federação, com a crise, os consumidores vêm privilegiando a compra de bens de primeira necessidade, como medicamentos e alimentos, normalmente pagos à vista, e adiando a aquisição de bens semiduráveis, como vestuário, e duráveis, como móveis, eletrodomésticos e eletrônicos, cujas compras são mais frequentemente realizadas mediante parcelamento no cartão de crédito. Por fim, o processo de migração dos pagamentos para os meios eletrônicos vem ocorrendo de forma mais intensa nas compras de menor valor, efetuadas com maior frequência no cartão de débito.

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