A procura por cidades do interior e litorâneas para abrir uma franquia já vinha crescendo nos últimos anos. Com a pandemia, isolamento social e as novas práticas de trabalho como o Home Office, permitiram que mais famílias buscassem os municípios menores para viverem. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), são cerca de 90 milhões de pessoas que representam o imenso potencial do interior e litoral para expansão de franquias. De cada 10 cidades interioranas, o franchising está presente em quatro, segundo a Associação Brasileira de Franchising(ABF).
Além de representar 40% do consumo nacional, as cidades menores também têm atrativos que vão além dos benefícios econômicos, segundo o IBGE. Um clima mais ameno e um ritmo de vida menos intenso do que as metrópoles atrai cada vez mais novos franqueados para o interior.
Segundo dados do Grupo Zap, especializado em aluguéis de imóveis, nos cinco primeiros meses de 2021, a procura por imóveis nas cidades com mais de 100 quilômetros de distância de São Paulo capital subiu 340% na comparação entre janeiro e maio antes da pandemia.
O movimento também abrange locações temporárias. No Airbnb, o destaque é a procura por destinos classificados pelo site como “hiperlocais” – a até 300 quilômetros dos centros urbanos. Entre os que mais cresceram nos rankings, estão Sorocaba (SP), Capão da Canoa (RS), Domingos Martins (ES), Cabo de Santo Agostinho (PE) e Juquehy (SP).
Com esse público que busca a moradia em lugares menores, e os turistas que buscam esse turismo de isolamento, as franquias, desde 2020 estão com o movimento de lançarem modelos mais enxutos e investindo na qualificação de franqueados que queiram mudar de vida para estes municípios. Foi o caso do CEBRAC que lançou em Abril de 2021, o modelo S-Edtech de 90 Mil reais e que possibilita ganho bruto de até 100 mil e faturamento de 20% deste valor. No CEBRAC, a revolução tecnológica possibilitou que o sistema Pronline, presencial e online levasse a tecnologia às aulas, diminuindo os espaços físicos, e com isso, possibilitando a criação do novo modelo de negócio.
“Antes, os moradores precisavam se deslocar até as grandes cidades para terem uma formação melhor, agora, todos(a) têm a possibilidade de terem a mesma formação em cidades menores. Abre um campo vasto para a geração de renda naquele lugar e o franqueado fatura bem investindo um capital mais baixo”, explica Rogério Silva, CEO do CEBRAC.
Para Ruy Barros, consultor de negócios do Sebrae-SP, investir em franquias em cidades do interior traz algumas vantagens, como: concorrência menor, aluguel de imóveis mais baratos e facilidade na fidelização de clientes.
“Com o isolamento social, vimos muitas de nossas unidades do interior conseguirem negociar pontos e conseguir lugares mais estratégicos para operar. Nós da franqueadora, fazemos um estudo das localidades mais promissoras, com geolocalização e auxiliamos na implantação das operações”, explica Rogério Silva, CEO do CEBRAC.
Outra rede que foca em cidades do interior é a Mary Help, rede de franquias que realiza a intermediação no serviço de diaristas. No final do ano passado a rede fechou com um crescimento de 110%. “O valor inicial de investimento na Mary Help é mais baixo em cidades menores, pois há menos custos na montagem do escritório. O franqueado pode optar por trabalhar para sempre em home based ou caso ele futuramente opte por abrir uma unidade física, ele também pode”, explica José Roberto Campanelli, fundador e diretor da Mary Help. Em cidades de 30 a 70 mil habitantes com o investimento inicial de 32 mil reais.
Outro modelo ideal para o interior é a Odonto Special que lançou neste ano o modelo de microfranquia com investimento até 90 mil reais, para cidades com até 70 mil habitantes. A ação visa converter clínicas já existentes e realizar uma modernização do espaço com as características da rede de franquias. “Com isso, nosso objetivo é levar a rede para pequenos municípios em todo o país, já que a conversão para a microfranquia terá um custo mais acessível e com um modelo de negócio pronto, seguro e rápido”, explica Sidney Eduardo Kalaes, presidente do Grupo Kalaes e sócio da marca.
De acordo com Felipe Abreu, mestre em Odontologia e sócio da rede, esta também é uma opção para que o profissional que já tem sua clientela, não perca a referência na cidade. “Com a conversão da clínica, o dentista fará um upgrade no seu consultório com uma marca que conta com um nome de peso, como o da Sabrina Sato, e ainda terá todo o suporte nos negócios oferecido por uma rede de franquias”, finaliza.