Paixão do brasileiro por café acelera crescimento de franquias de cafeterias

A paixão do brasileiro pelo café está intrínseca na cultura do país, assim como o arroz e feijão. É o que mostra uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), que aponta que 98% dos brasileiros consomem o grão, seja dentro ou fora de casa. Ainda de acordo com a fonte, a tendência é o crescimento contínuo deste consumo, com a estimativa de evolução em 3,5% ao ano até 2021. E se o consumo cresce, estabelecimentos que comercializam a bebida ganham cada vez mais território. Segundo um estudo do Euromonitor, existem 3,5 mil cafeterias no Brasil – esse número cresce para 13 mil quando contabilizados bares, lanchonetes e padarias que comercializam o “cafezinho”. No franchising também há muito espaço para o setor, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF); já são 40 marcas franqueadas.

Para Rafael Naves, sócio-fundador da Duckbill, rede especializada em cookies e cafés, a paixão do brasileiro pela bebida sempre existirá, o que muda é a forma de consumi-lo . “Apesar do café preto, simples, ainda ser a paixão do brasileiro, o público está se sofisticando, trazendo referências de fora e ficando cada vez mais exigente. Por isso, quando decidi abrir a Duckbill, além dos cookies, investi bastante em oferecer uma bebida premium”, revela. O empreendedor aponta o café como a engrenagem de crescimento da rede e desde que uniu-se à holding Grupo 10X, do empresário David Pinto, a Duckbill já vendeu mais 120.000 xícaras de café, o que equivale a 10% do faturamento da rede. “O sucesso das vendas se deve à qualidade diferenciada do produto no mercado, que atende as atuais necessidades e exigências do cliente contemporâneo”, explica.

CONCEITO PREMIUM: DO CAMPO À MESA

A Duckbill investe no grão  de forma especial e conta com um fornecedor exclusivo. A franqueadora acompanha de perto cada processo que garante matéria-prima de qualidade para a rede, desde a avaliação dos lotes das colheitas, apuração da pontuação dos grãos (baseada na Metologia de Avaliação Sensorial da SCA – Specialty Coffee Association, que avalia fragrância e aroma), até o processo de torra. “Para ter o acompanhamento direto de nossa matéria-prima, temos um parceiro que está frequentemente nas colheitas para avaliar os lotes de café e suas pontuações. Usamos somente lotes com o mínimo de 84 pontos” explica. De acordo com o método da SCA, um café especial precisa atingir no mínimo 80 pontos. “Além disso, após a seleção, o responsável pelo acompanhamento também leva o café à torrefação, ou seja, temos um controle rigoroso até que o fornecedor entregue o produto para as unidades da Duckbill, complementa Rafael. 

A fazenda responsável pelo fornecimento dos grãos fica situada em Ibiraci, em Minas Gerais, uma das regiões mais ricas para o cultivo de café. Além disso, a franquia trabalha com blend de cafés arábica (catuaí e mundo novo ) originários da região da Alta Mogiana, que produz os melhores cafés do Brasil. Hoje, além do café tradicional, a Duckbill apresenta variações da bebida, como Cappucinos e Frappubills

Segundo o Euromonitor, o mercado brasileiro de café premium tem crescido de forma acelerada. No Brasil, o consumo anual de café premium está em torno de 70 mil toneladas, o que representa de 5% a 10% do consumo total no setor. Esse consumo cresce 15% ao ano, enquanto o de café tradicional aumenta 3,5%. “Um novo olhar e paladar foram despertados pelos coffee lovers. Agora, mais do que nunca, a satisfação gira em torno do reconhecimento de sabores, variações, rótulos e processo de fabricação da bebida”, finaliza Rafael.