As mudanças que impactaram a economia em 2015 transformaram a maneira de consumir dos brasileiros. No entanto, bem informados e cientes dos produtos dos quais não querem abrir mão, os consumidores fazem, mesmo em tempos de racionalização, escolhas inteligentes na hora de abastecer o carrinho. Esse novo cenário foi apresentado nesta segunda-feira pela Diretora Comercial da Kantar Worldpanel, Christine Pereira, na FEIRA APAS 2016, que ocorre até o próximo dia 5, no Expo Center Norte, em São Paulo.
De acordo com a empresa, após passar por um boom, o consumo do país voltou aos índices de 2010 em volume – realidade impulsionada pela inflação de 10,7% (IPCA 2015) e desemprego de 9% (trimestre terminado em novembro 2015). Nesse cenário, em comparação com 2014, os domicílios fizeram quatro visitas a menos aos pontos de venda no ano passado, passando de 85 para 81. O número de unidades levadas para casa também caiu (-1,5%).
Para equilibrar os gastos, as famílias tomaram uma série de medidas: migraram para os planos pós-pagos de telefonia celular, com mensalidades mais baratas, e para os planos controle; deixaram de jantar fora, gastando 8% menos nesse quesito; e passaram a alimentar os cães com comidas caseiras, diminuindo a importância das rações industrializadas.
No entanto, outras despesas foram incorporadas. As principais relacionadas à comunicação (gasto mensal com celular de R$ 55), lazer dentro de casa (internet e TV por assinatura) e outros gastos domiciliares, como festa.
Nesse contexto, a alimentação dentro do lar aparece no topo dos maiores gastos da população, com 19%. Em seguida estão transporte (13%), habitação (13%), serviços públicos (7%), vestuário (7%), saúde (7%), alimentação e bebidas fora do lar (5%), lazer (5%), higiene pessoal (4%), outras despesas (4%), educação (3%), serviços financeiros (2%) e comunicação (2%).
Para se ajustar ao momento atual, os brasileiros seguem adquirindo praticamente o mesmo número de categorias no carrinho. Em 2015, por exemplo, a classe AB consumiu 41, seguida pelas 40, da classe C, e 38, da DE. Em 2010, os números eram, respectivamente, 43, 40 e 38. No entanto, o que mudou foi a quantidade comprada e a frequência, característica das “smart choices” que, segundo Christine Pereira, são feitas de acordo com alguns critérios.
O primeiro deles é o planejamento, quando o consumidor racionaliza e se planeja para comprar; seguido de valor, a busca a entrega de valor entre categorias e segmentos; saudabilidade, que procura a integração do saudável e do saboroso; e custo x benefício, no qual o produto, a promoção, formatos e embalagens são considerados.
De acordo com a Kantar Worldpanel, o que os varejistas podem fazer para conquistar seu espaço é conhecer seus consumidores e também aqueles que não o são, planejar seu abastecimento e oferecer opções de pagamento, dar destaque aos produtos funcionais, integrais e com ou sem alguns ingredientes, inovar com diferenciação, facilitar a vida dos compradores e oferecer promoções inteligentes.
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