Para os economistas da Entidade, o aumento do IEC simboliza uma espécie de de voto de confiança dos consumidores para a nova equipe econômica, o qual, porém, tem prazo de validade. Além disso, por causa da profundidade e da extensão da crise, e também pelo processo político de mudança ter sido muito conturbado, a Federação acredita que o prazo de validade desse voto de confiança é relativamente curto.
O outro componente do ICC, que mede a avaliação dos consumidores em relação às condições econômicas atuais (ICEA), atingiu 52,4 pontos, crescimento de 10,6% na comparação com maio. Na comparação com junho de 2015, porém, o ICEA ainda apresentou queda, de 29,4%.
Segundo a FecomercioSP, para que a confiança do consumidor continue crescendo, é necessário que haja alguma entrega efetiva da política econômica a ser implantada pelo governo, como reformas estruturais, ajuste das contas públicas com corte de gastos – e, não, aumento de impostos -, aprovação do teto de despesas do setor público e privatizações.
As medidas anunciadas até agora e a rapidez com que elas vêm sendo anunciadas, segundo a Entidade, parecem estar animando os consumidores. No entanto, a FecomercioSP reforça o alerta de que, se esse ímpeto inicial não se confirmar em mudanças e aprovações efetivas, o consumidor em breve voltará a ficar desanimado, minando assim a esperada retomada do consumo.
O ânimo do consumidor é imprescindível para o restabelecimento do comportamento normal de consumo, conforme vem destacando a FecomercioSP, mas não suficiente para a retomada das vendas. Ainda que não seja possível prever quando exatamente essa melhora recente da confiança passará a se reverter em aumento do movimento no comércio – no Dia das Mães e no Dia dos Namorados, por exemplo, foram registradas quedas das vendas do varejo -, a Federação aponta não ser possível prever uma retomada das vendas sem uma melhora consistente da confiança, que depende da capacidade do governo e do Congresso de converterem a mudança política em medidas que equilibrem as contas públicas e melhorem o ambiente de negócios no País.
Metodologia
Os resultados são segmentados por nível de renda, gênero e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.
A metodologia do ICC foi desenvolvida com base no Consumer Confidence Index, índice norte-americano que surgiu em 1950 na Universidade de Michigan. No início da década de 1990, a equipe econômica da FecomercioSP adaptou a metodologia da pesquisa norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da Federação é usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no País, a exemplo do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central.
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