Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), anteriores ao início da pandemia, apontavam que havia cerca de 12 milhões de desempregados no país. Havia ainda, aproximadamente, 38 milhões de brasileiros em trabalhos informais. Para associações e especialistas, a estimativa é de que o desemprego cresça de maneira expressiva durante esse período, chegando a 20 milhões de desempregados. Segundo Daniel Narcizo, CEO do Instituto Embelleze, maior rede de franquias da América Latina voltada para a formação profissional em beleza, apesar do cenário pessimista, é hora de avaliar o mercado e encontrar profissões que possam garantir renda após o fim da quarentena. “É um momento difícil para todos os setores, mas o mercado da beleza, por exemplo, deve ganhar força após o fim da quarentena”, comenta. “Em uma sociedade acostumada a contar com salões de beleza para cuidar dos cabelos, unhas e corpo, continuar com esses cuidados em casa pode ser um desafio. E mesmo aqueles que estão se arriscando, vão buscar auxílio profissional assim que for possível. Por isso, o momento de se profissionalizar é agora. É um diferencial perante a concorrência que deve aumentar bastante nos próximos meses”, complementa.
:: O DESEMPREGO E AS NOVAS OPORTUNIDADES
Quem perdeu o emprego devido à crise, pode não conseguir se recolocar no mercado de maneira ágil. E como não dá para ficar parado, analisar todo o mercado e investir em cursos e novos negócios pode ser uma oportunidade de garantir renda e, quem sabe, descobrir uma nova carreira. “O momento pede cautela e, ao mesmo tempo, é preciso descobrir novos meios de garantir o salário ao final do mês. Quem foi demitido, por exemplo, pode aproveitar parte da rescisão para investir em um curso profissionalizante, que não tem um valor alto. É uma forma de se profissionalizar e gerar uma nova fonte de renda, mesmo que em setores diferentes do que estava acostumado”, opina Daniel. “Nossos cursos possuem parcelas a partir de R﹩ 209,00, então mesmo que a pessoa não queira usar todo seu dinheiro no momento, ela pode investir aos poucos. E, no decorrer do curso, ela já pode começar os atendimentos, garantindo uma renda”, complementa.
Foi o que aconteceu com Karine Cortez. Pouco antes do COVID-19 chegar ao país, perdeu o emprego na área administrativa e não conseguiu recolocação no mercado. Com contas a pagar e uma família para sustentar, investiu o dinheiro ganho no ato da demissão em um curso de cabeleireiro do Instituto Embelleze. Começou a fazer atendimentos domiciliares desde o início e em pouco tempo conseguiu abrir o próprio salão de beleza. “Com a inauguração do salão eu consegui garantir um salário que demorei 8 anos para ganhar no meu último emprego. Além de uma vida financeira estável, eu ganhei também mais tempo para dedicar a minha família”, conta.
Para o CEO do Instituto Embelleze, como o mercado da beleza oferece inúmeras áreas de atuação, mesmo quem nunca atuou na área, consegue encontrar um segmento que se identifique mais para iniciar uma carreira. “Temos diversos alunos que vêm de áreas que não tem relação alguma com a beleza e acabam encontrando o prazer de trabalhar neste mercado. Inclusive, a grande maioria tornar-se microempreendedor, abre o próprio negócio e passa a viver exclusivamente da profissão escolhida”, conta.
:: ESTUDO EM MEIO A QUARENTENA
A maioria das 290 unidades do Instituto Embelleze está fechada, devido às restrições impostas pela quarentena. Mas, assim como milhares de instituições de ensino, a franquia se adaptou e os alunos estão acessando conteúdo extras de forma online através da plataforma “Meu Instituto”, onde são disponibilizados diversos conteúdos, para todos os cursos, e atividades dinâmicas para os alunos. “A plataforma é abastecida constantemente para que o aluno continue aprendendo. Além disso, estamos fornecendo conteúdos extras através de lives nas redes sociais, com diversos profissionais de diferentes segmentos da beleza, com o objetivo de manter os profissionais atualizados”, explica Narcizo. O executivo ainda conta que as unidades têm se mobilizado para oferecer materiais de ensino diferenciado. “Alguns professores têm gravando vídeos e enviando aos alunos via whatsapp, com o objetivo de estreitar o relacionamento entre aluno e professor”, complementa.
Matriculada há 3 meses no curso de cabeleireiro, Grazielle Pires, de 37 anos, está aproveitando o momento, em que não pode realizar atendimentos, para aperfeiçoar as técnicas aprendidas. “Tenho uma excelente professora que desde o início me passou segurança e mostrou que sou capaz. Então, agora tenho aproveitado para criar conteúdos digitais, com a intenção de mostrar meu trabalho ao maior número de pessoas possíveis, para que assim que a pandemia passar, eu consiga garantir novos cliente“, comenta Grazielle.
Vania Moraes, de 48 anos, é outro exemplo de aluna do curso de cabeleireiro que, ainda está no início dos estudos e já conseguiu criar uma rede de clientes. “Comecei a realizar atendimentos logo depois de terminar o primeiro módulo do curso, pois já me sentia preparada. Conquistando a confiança de mulheres da região e usando as redes sociais para divulgar meu trabalho, rapidamente consegui montar um espaço próprio. Com os atendimentos parados devido a pandemia, estou aproveitando para treinar e aperfeiçoar o meu trabalho. Assim, quando tudo voltar ao normal, acredito que vou conseguir aumentar minha clientela”, afirma.
De acordo com uma pesquisa da Bain & Company, serviços que tiveram uma baixa durante a crise vão ter uma retomada alta ao final da pandemia, e serviços de beleza, como cabeleireiro, está nesta lista. “É normal que no atual momento as pessoas invistam menos neste tipo de serviço, até mesmo porque, os estabelecimentos estão fechados. Mas, como dito anteriormente, assim que possível, as pessoas vão começar a buscar atendimento voltado para beleza. Por isso, a importância de se preparar agora”, finaliza.