O segundo semestre de 2017 será melhor que o primeiro para o comércio varejista. É o que estimam os empresários de Belo Horizonte que participaram da pesquisa Expectativa de Vendas, realizada pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG. Para a maioria (70,4%), haverá uma expansão dos negócios, principalmente em função de três datas comemorativas: Natal, Dia dos Pais e Dia das Crianças. Eventos como Black Friday e Cyber Monday, que vêm ganhando força e impactam muito o comércio eletrônico, também contribuem para a percepção positiva.
O presidente do Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac, Lázaro Luiz Gonzaga, observa que, tradicionalmente, os últimos seis meses do ano são mais aquecidos, com intensificação da atividade econômica e injeção de renda no mercado, devido às vagas de emprego temporário e o pagamento do 13º salário. “Nesse período, o empresariado percebe um cenário econômico melhor, especialmente no varejo, que trabalha diretamente com o consumidor. Por isso, há mais confiança em uma retomada das vendas”, ressalta.
De acordo com o economista da Federação, Guilherme Almeida, o país também teve um primeiro semestre mais favorável em termos macroeconômicos. “Houve queda da inflação e dos juros nominais, e os indicadores de emprego começaram a responder aos estímulos. Espera-se uma continuidade desse movimento nos próximos meses, além de períodos pontuais de incremento das vendas, a exemplo da celebração do Natal”, argumenta. Conforme o estudo da entidade, 46% dos entrevistados estão otimistas/esperançosos em relação ao novo cenário; 18,6% confiam no histórico de que o segundo semestre é naturalmente melhor; e 9,1% apostam na força das datas comemorativas.
Por outro lado, na avaliação dos empresários, a crise econômica é o principal fator que poderia atrapalhar bons negócios (53,4%), seguida pelas incertezas políticas (21,4%). Outros problemas seriam a cautela do consumidor (13,7%) e a inadimplência (11,2%). Para combater eventuais dificuldades, são necessárias estratégias como promoções e liquidações, que serão adotadas por 48,2% das lojas para atrair os compradores, além de ações de mídia/propaganda (15,3%) e a diversificação do mix de produtos (9,5%). Ainda há preocupação para oferecer um atendimento diferenciado em 9,3% dos casos.
Um bom resultado no segundo semestre contribuirá para minimizar o desempenho dos primeiros seis meses do ano, considerado insatisfatório. No levantamento da Fecomércio MG, 61,9% dos entrevistados afirmaram que tiveram resultados piores de janeiro a junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao semestre imediatamente anterior, esse índice foi de 54,9%.