-Reaquecimento do consumo e queda dos juros se refletiram em segmentos como Entretenimento e Lazer; Comunicação, Informática e Eletrônicos; e Serviços Educacionais
-Setor continuou gerando vagas de emprego, somando 1.205.714 trabalhadores diretos
Convenção ABF, 26 de outubro de 2017 – O setor de franquias no Brasil registrou um crescimento de 7,8% em sua receita no terceiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. O faturamento passou de R$ 38,836 bilhões para R$ 41,850 bilhões no período pesquisado. Já na comparação entre o terceiro e o segundo trimestre deste ano, o avanço do setor foi ainda maior, de 11,4%. É o que indica a Pesquisa de Desempenho Trimestral do setor realizada pela Associação Brasileira de Franchising – ABF.
Fora a expectativa de melhoria em alguns indicadores macroeconômicos, a consistente queda de juros, a baixa inflação, a leve redução da taxa de desemprego e a queda dos custos dos alimentos acabaram impactando positivamente a renda real dos consumidores. Com isso, o consumo se reaqueceu (como verificado em vários ramos do varejo), o que se refletiu no franchising de forma geral, mas com mais ênfase nos segmentos ligados ao consumo. De outro lado, a expansão do crédito imobiliário e o impacto de novos arranjos familiares impulsionaram o segmento de Casa e Construção, que historicamente tem um impacto grande na atividade econômica de forma geral.
Para Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF, “o franchising brasileiro comprova sua maturidade e capacidade de reação em meio às turbulências vividas pelo País ao vermos os dados positivos registrados também neste terceiro trimestre. O setor por um lado se beneficia da melhora do cenário macroeconômico e de suas características essenciais, como trabalho em rede, modelos testados e padrões pré-definidos, controle de gestão e marcas consolidadas, e, por outro, busca inovar cada vez mais, é dinâmico, e está atento aos movimentos do mercado. Sendo mantidos os bons fundamentos da economia e avançando as reformas das quais o País necessita, a tendência é que o setor de franquias cresça ainda mais”, completa.
Já em relação ao crescimento do setor de janeiro a setembro (Year to Date – YTD) ante o mesmo período do ano passado, o levantamento da ABF apontou uma receita 8% maior. O faturamento do setor no período subiu de R$ 107,725 bilhões para R$ 116,305 bilhões.
Quanto ao crescimento acumulado nos últimos 12 meses, o franchising ampliou sua receita em 8,2%, cujo faturamento saltou de R$ 147,752 bilhões para R$ 159,826 bilhões.
Em outro dado positivo revelado na pesquisa, o setor manteve o ritmo de abertura de novas vagas de trabalho. O número de empregos gerados pelo franchising aumentou 0,4% no período, totalizando 1.205.714 trabalhadores diretos. O estudo indica ainda que o índice de abertura de unidades de franquias entre as redes pesquisadas foi de 3,5% e que foram fechadas 1,3% delas. A variação positiva de 2,2% representou um acréscimo de 3.465 unidades de franquia em operação no País, totalizando 147.539 unidades.
De acordo com Vanessa Bretas, gerente de inteligência de mercado da ABF, “observamos uma lenta recuperação do ritmo de expansão, que também se reflete na geração de empregos, mas as redes mantém ainda muito foco na eficiência de suas operações. Certamente, as dificuldades dos últimos anos trouxeram lições que ainda estão sendo aplicadas com afinco, o que é bom para o desenvolvimento do setor como um todo”.
Entre os onze segmentos classificados pela ABF, a pesquisa apontou que a maior variação de crescimento foi registrada nos seguintes segmentos: Entretenimento e Lazer cresceu 13,1%; Comunicação, Informática e Eletrônicos, 12,7%; Serviços e Outros Negócios e Serviços Educacionais registraram 9,7% de crescimento; Casa e Construção e Saúde, Beleza e Bem-Estar, 9,2%.
“O ganho de poder aquisitivo, ainda que pequeno, e o consequente reaquecimento do consumo foram os principais impulsionadores. No caso de Casa e Construção, a expansão do crédito e a ascensão de novos perfis de consumidor, como pessoas solteiras e aposentados, aqueceram não apenas a venda de imóveis como toda a cadeia”, explica Vanessa Bretas.
Metodologia
A Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising referente ao 3º trimestre de 2017 envolveu uma base amostral com redes respondentes que representam aproximadamente 41% do faturamento total do setor e 31% das unidades de franquias em operação.
Envolvendo o mercado como um todo, inclusive não associados, os números do desempenho do setor de franchising são apurados em pesquisa por amostragem, cruzados com levantamentos feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de franquias, órgãos de governo, instituições parceiras e de ensino. Auditados por empresa independente, os dados divulgados pela ABF são referência para órgãos governamentais de diversas esferas, entidades internacionais do franchising, como World Franchise Council (WFC), Federação Ibero-americana de Franquias (FIAF) e instituições financeiras.