Elas são empreendedoras e utilizam a habilidade de gestão para entusiasmar as equipes e crescerem junto com elas. Nani Scaburi Varela, esposa de Reinaldo Varela, fundador do Divino Fogão, se uniu a ele também nos negócios há 31 anos. Nascida e crescida na cidade de Massaranduba (SC), ela trouxe para São Paulo a experiência de comerciante herdada da família, o que deu um novo impulso à marca criada três anos antes.
De um restaurante de rua localizado na região de Pinheiros, o São Paulo I, antigo nome do Divino Fogão, começou a se expandir para os shopping centers e se transformou numa rede de franquias conhecida nacionalmente pela comida da fazenda.
“O foco no negócio, a capacidade de desenvolver multitarefas e uma visão mais abrangente sobre cada detalhe do restaurante contribuíram para o crescimento da rede. Aprendi muito com as pessoas e, por isso, faço questão de valorizar quem está ao meu lado. Ninguém constrói uma franquia de sucesso sem um trabalho harmonioso em equipe”, explica Nani Varela, que também acompanha o marido e seus três filhos nas competições profissionais de rally, uma grande paixão da “Família da Poeira”, como são conhecidos.
Nani não compete profissionalmente, mas conheceu Reinaldo Varela em uma prova. Porém, nas horas vagas, ela pilota com os filhos e está sempre presente nas competições torcendo por eles. Segunda a empresária, o rally sempre foi uma diversão e uma forma de manter toda a família unida, já que o esporte exige uma rotina de viagens e de muito treinamento.
Assim como Nani, existem uma série de empreendedoras no Divino Fogão. Atualmente, cerca de 40% das lojas são comandadas por mulheres como Silvia Carlos, franqueada da marca há 15 anos no Shopping Anália Franco, em São Paulo. Famosa na rede pela especialidade em sobremesas que dão água na boca, a franqueada sempre estimulou a contratação de mulheres, especialmente para as funções de gerência, com o objetivo de destacar o potencial feminino para a liderança.
“Hoje temos 32 funcionários, sendo que 70% são mulheres. Mesmo quando atuam de maneira firme junto às equipes, as mulheres têm um lado humano que permite lidar melhor com os colaboradores, especialmente em situações mais difíceis. Cada vez mais, precisamos valorizar a equidade de gênero em cargos de chefia, dando aos profissionais oportunidades para que se desenvolvam e troquem experiências que possam contribuir pessoalmente e no ambiente de trabalho”, destaca Silvia.
O modelo adotado pela franqueada do shopping Anália Franco também serve de inspiração para outras colegas empreendedoras, como Alana Queiroz, que possui duas lojas em Fortaleza (CE); Cristiane Caires, do Shopping Arapiraca, em Maceió (AL); Maria Rita e Maria Luiza, respectivamente dos shoppings Metrô Tucuruvi e Mooca Plaza, entre tantas outras que reforçam o potencial de liderança feminina no segmento.
Em 2015, a ABF – Associação Brasileira de Franchising – divulgou o estudo exclusivo “Liderança Feminina no Franchising”, que revelou que quanto mais nova era uma empresa, maior a participação feminina em cargos executivos. Nas franqueadoras com até cinco anos de mercado, 40% das funções executivas eram exercidas por mulheres. Entre as redes de seis a dez anos, o índice era de 34%. Já nas empresas a partir de dez anos, as executivas representavam 31% do corpo diretivo. A pesquisa também apontou que mulheres e homens trabalhando juntos somam expertises, diferentes pontos de vista que podem ser complementares, favorecendo um saudável e ideal equilíbrio na gestão das empresas.