Ousadia, vontade de crescimento pessoal e profissional, adepto às novas tecnologias e inovações, essas são algumas características do jovem empreendedor do século 21, os popularmente conhecidos como Geração Z (nascidos entre 1995 a 2015), que vem desafiando estereótipos e se reinventando na forma de vender.
Estudo divulgado pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 2018, apontou o crescimento do público jovem entre os novos empreendedores. De 2017 a 2018 a participação de pessoas de 18 a 24 anos subiu mais de 17%, considerando o número total de empreendedores.
Medo de se arriscar não faz parte do vocabulário desse perfil de jovens que vivem em busca de algo que os motive e tragam um propósito. Com a pandemia da Covid-19, os jovens foram os mais castigados com a falta de oportunidades no mercado de trabalho. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua apontou que no primeiro trimestre desde ano a taxa de desocupação entre a população de 14 a 17 anos chegou a 46,3%; entre os de 18 a 24 anos o desemprego atingiu 31%; e por fim, de 25 a 39 anos ficou em 14,7%.
E para fugir do desemprego e na busca incessante por autonomia no trabalho, além da independência financeira, milhares de jovens estão motivados a abrirem seu próprio negócio.
Sede de mudança
Frantchescoly Vilella Esteves, de 24 anos, faz parte dessa parcela de jovens engajados e com um olhar atento à boas oportunidades de negócios. Ele acaba de inaugurar uma unidade da franquia Kaz, rede mineira de permuta multilateral, em sua terra natal Patos de Minas (MG). Para investir em sua primeira franquia desembolsou cerca de R$ 54 mil no novo empreendimento.
Esteves tem o olhar aguçado e muita ousadia. Aos 15 anos abriu seu primeiro negócio, e apesar da pouca idade ele comanda mais quatro empreendimentos, além da Kaz.
“Enxergo o franchising como um modelo de empresa que deu certo, uma “receita” que foi testada e validada. Mesmo que eu venha do mundo dos investimentos e entenda que as coisas nem sempre são previsíveis e estáveis, percebo que é muito mais tranquilo e seguro investir em uma estratégia confirmada”, analisa o jovem empreendedor mineiro.
Ele conta que escolheu o Kaz por três motivos principais. “O primeiro é que não existe nada parecido aqui na minha cidade. Eu realmente consigo ter um negócio único e sem concorrência. O segundo é que o Kaz aproveita o meu networking. Como eu já sou empresário e tenho uma boa rede de contatos, isso acaba facilitando. O terceiro motivo, e acredito ser o mais importante de todos, é que o Kaz é um negócio escalável e não há limites para o que eu consiga faturar com os cadastros e negociações”, revela.
A franquia entrou para o mercado de franchising em janeiro deste ano e vem ganhando espaço principalmente pela forma inovadora que o negócio proporciona. Trata-se de uma plataforma que permite que os empresários troquem os produtos e serviços que possuem pela moeda digital KAZ (Kz), e a gaste consumindo qualquer outro produto ou serviço de outros empresários cadastrados em todo o Brasil – a popular permuta.
Com forte experiência em consultoria e investimentos, Esteves sabe os riscos de abrir um negócio, principalmente em meio à pandemia. “Sendo bem sincero? É claro que é uma situação complicada para a maioria das pessoas, porque não só a saúde é afetada, mas todo o cenário político e econômico do país. Muitas empresas fecham ou ficam no zero, isso é um desafio sim! Mas eu, pessoalmente, como venho de um histórico muito positivo de investimentos, não senti dificuldades reais. Pelo contrário, alguns custos foram reduzidos, ampliamos os investimentos e, consequentemente, teremos um bom retorno. É tudo uma questão de ter planos para imprevistos e surpresas. Meu ramo me possibilita isso e eu sempre me planejei para diferentes cenários também”, pontua o franqueado.
Para auxiliar no negócio e garantir que nenhum trabalho seja “atropelado”, já que ele também está à frente de outros empreendimentos, o franqueado contará com o auxílio de um gerente.
“Espero que seja uma parceria de sucesso. Desde o início do processo de implantação da unidade, eu já percebi que o Kaz é uma franquia lucrativa com muitos benefícios. Na primeira semana, já contatei dezenas de empresários que demonstraram interesse em serem aliados. Já estamos em negociação para fechamento de mais unidades em outras cidades de Minas Gerais, inclusive”, enfatiza o jovem empreendedor que acrescenta ainda sobre o que espera do setor: “A permuta é algo que nunca vai acabar, porque é muito vantajoso girar o estoque e preencher a agenda. Espero que o Kaz movimente o mercado de Patos de Minas e faça diferença no dia a dia das pessoas, tanto o dos empresários, que aumentarão a cartela de clientes, quanto dos consumidores que conhecerão novas empresas”, conclui.
Negócio atrativo
O modelo de negócio proposto pelo Kaz é muito interessante, pois possibilita fazer permuta através de todo tipo de produto e serviço, desde aulas de pilates e inglês, a assessorias contábeis, por exemplo.
O conceito de permuta existe há séculos, porém essa tendência se tornou profissional. Com a ideia da permuta multilateral os associados reduzem seus gastos em dinheiro, trocando o que tem pelo o que necessitam. Nesse caso, uma empresa pode comprar de um participante da rede de permuta e receber em troca produtos e serviços de vários outros fornecedores.
Além disso, esse tipo de negócio proporciona que as empresas melhorem seu fluxo de caixa, já que deixa de pagar em dinheiro ao adquirir certos produtos, utilizando apenas a permuta, e ainda movimenta o estoque parado vendendo aos associados.