Índice de expansão do comércio cresce pelo terceiro mês consecutivo em maio

Os empresários do comércio seguem mais confiantes nesse início de ano e demonstram cada vez mais a intensão de expandir seus negócios e contratar mais funcionários. O Índice de Expansão do Comércio (IEC) segue em alta pelo terceiro mês consecutivo e cresceu 2,8% em maio ao passar de 88,9 pontos em abril para 91,5 pontos no mês. Na comparação com o mesmo mês de 2016, houve expressiva elevação de 39,7%. A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, os dados ratificam as expectativas de que está em gestação um processo de melhoria econômica. A Federação indica que ainda existem muitos obstáculos a serem transpostos, mas essa consistência de melhoria das perspectivas não foi perdida em razão de momentos ruins que estão se tornando pontuais como se viu no começo do ano, uma vez que têm sido rapidamente repostos com melhores prognósticos.

O bom desempenho no mês foi motivado, principalmente, pelo crescimento do nível de investimento das empresas, que passou dos 67,7 pontos em abril para 70,4 pontos em maio, alta de 4%. Na comparação com maio de 2016, quando o item registrou 56,1 pontos, o crescimento foi de 25,5%. A expectativa para contratação de funcionários também foi importante para o crescimento do IEC, atingindo 112,6 pontos em maio ante os 110,2 pontos de abril. No contraponto anual, quando a expectativa de contratação estava em 74,9 pontos, o indicador apontou grande alta de 50,3%.

Para a Entidade, as reformas e ajustes (aprovados ou em vias de aprovação) geram um ambiente mais propício para o efetivo crescimento dos investimentos ao menos em médio prazo. Muita coisa ainda tem que ser feita e há grandes incertezas. Porém, de acordo com a Federação, há um processo efetivo de aumento da propensão a investir no Brasil vindo do exterior, mas a difusão desses efeitos é demorada. A dinâmica do processo interno de expansão (com idas e vindas) basicamente se inicia, segundo a FecomercioSP, com a retomada das contratações e com um princípio de retomada da indústria e até de vendas em segmentos como o de automóveis.

Ainda de acordo com a Federação, ao longo de abril o governo federal se mostrou hábil no encaminhamento da reforma trabalhista e iniciou bem o processo da reforma previdenciária (que é mais complexa por precisar de mais apoio e Quórum Qualificado, isto é, a proposta deve obter os votos de pelo menos três quintos do número total de deputados da Câmara, em cada turno da votação, para aprovar emendas à Constituição). Findados os processos de reformas mais básicas, que são esperados para a virada do semestre, no mais tardar início da segunda metade do ano, a tendência, segundo a Entidade, é de que as apostas no sucesso econômico do País aumentem dentro e fora do Brasil.

A recuperação do fôlego e ritmo do varejo e de outros setores se confirmou em maio e esse novo patamar, segundo a FecomercioSP, pode ser mantido nos próximos meses até uma definição mais clara acerca das reformas, quando os empresários devem realocar suas apostas para o bem ou para o mal.  

Nota metodológica

O Índice de Expansão do Comércio da região metropolitana de São Paulo é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de zero a 200 pontos representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas.