Após atingir o maior patamar em quase quatro anos, motivada pelo aparente fim das turbulências políticas e pela esperança de retomada da agenda de reformas, a expectativa dos empresários voltou a cair em dezembro e, com isso, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) apresentou leve retração de 0,5%, passando de 109,7 pontos em novembro para 109,1 pontos no mês atual. Na comparação anual, o ICEC avançou 11,5%, quando atingia 97,9 pontos.
Apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o ICEC varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).
Em dezembro, o ICEC das empresas com até 50 funcionários atingiu 108,8 pontos, baixa de 0,8% em relação ao mês anterior. Nas companhias com mais de 50 empregados, houve alta de 12,2%, passando de 112,2 pontos em novembro para 124,8 pontos em dezembro, a maior pontuação desde maio de 2014, mas como a amostra de grandes empresas é menor tornando o indicador mais volátil, os próximos meses indicarão se a confiança permanecerá em patamares elevados. No comparativo anual, tanto as pequenas como as grandes empresas registraram crescimento na confiança, de 11,5% e 11,8%, respectivamente.
Indicadores
Entre os três quesitos que integram o indicador, apenas o que mede a confiança em relação às condições econômicas atuais registrou avaliações positivas na passagem de novembro para dezembro. O Índice das Condições Econômicas Atuais (ICAEC) subiu pelo segundo mês consecutivo, atingindo 82,1 pontos, a maior pontuação desde abril de 2014. No comparativo anual, o índice avançou 42,8%, quando em dezembro de 2016 alcançava 57,5 pontos.
Conforme destacado anteriormente, após ter atingido o maior patamar desde dezembro de 2013, o Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) recuou 0,9%, passando de 152,9 pontos em novembro para 151,6 pontos em dezembro. Em relação a dezembro do ano passado, a alta foi de 1,5%. O indicador responsável por medir a propensão por novos investimentos também apresentou leve queda. O IIEC retraiu 0,6%, ao passar de 94,4 pontos em novembro para 93,8 pontos em dezembro. Em relação a dezembro de 2016, o indicador apresentou elevação de 8,1%.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a queda na confiança do comerciante do município de São Paulo surpreende por ocorrer às vésperas do Natal, data mais importante para o varejo, mas não preocupa, já que parece ser apenas um comportamento de ajuste em dezembro, após consecutivas altas. O mesmo comportamento foi visto nas demais pesquisas da Entidade.
Para a Federação, de uma maneira geral, mesmo que ainda haja sinais de incertezas no âmbito político, principalmente em torno da aprovação da Reforma da Previdência, há ao mesmo tempo uma percepção positiva quanto à recuperação macroeconômica em curso. E, nesse sentido, as melhores condições do mercado de trabalho e os crescimentos da renda e da confiança dos consumidores se destacam.
Nota metodológica
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla as percepções do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que por sua vez pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.