O IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) registrou novamente queda nas vendas em outubro. O IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas), que mostra a expectativa de vendas dos associados para este e os próximos meses, apontou decrescimento real de 5,4% em outubro, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Para os próximos meses a expectativa não é mais animadora. Os associados do IDV prevêem a continuidade dos resultados negativos: queda de 1,63% em novembro, 2,96% em dezembro e 3,1% em janeiro de 2016.
O cenário econômico brasileiro ajuda a entender um pouco a baixa nesses números. Medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação em outubro apontou variação de 0,82% no mês, o maior resultado na comparação com todos os meses desde outubro de 2002. No acumulado do ano, até o mês passado, o índice situava-se em 8,52%, número acima do registrado em 2014, quando o acumulado até outubro apontou 5,05%. Levando-se em consideração os últimos 12 meses, o índice fechou outubro de 2015 em 9,93%, acima dos 6,59% verificados no mesmo período do ano anterior.
Em setembro, o IAV-IDV fechou com decrescimento real de 7,4%, ou seja, apesar do forte resultado negativo em outubro (-5,4%), houve uma pequena melhora de 2 pontos percentuais no indicador, se comparados os dois meses. A queda nas vendas foi registrada em todos os segmentos, mas novamente o de bens duráveis foi o que mais colaborou com o resultado negativo do índice. Segundo dados dos associados do IDV, em outubro, o resultado real foi de queda de 10,2%, já descontada a inflação, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Tal comportamento pode ser atribuído ainda pela baixa confiança dos consumidores e desafios no cenário de crédito.
A projeção dos associados desse segmento para os próximos meses é de um decrescimento de 0,4% em novembro, sinalizando uma expectativa maior nas vendas durante a Black Friday. Nos meses subsequentes, os resultados devem negativos: 3,2% em dezembro e 1,2% em janeiro de 2016.
Já o setor de semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, apresentou queda real de 5,5% em outubro. A expectativa para os próximos meses (em relação ao mesmo período do ano anterior) é de queda de 6,1% em novembro , 2,1% em dezembro e 4,4% em janeiro.
O segmento de bens não duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, foodservice e perfumaria, apresentou queda de 5,4% das vendas realizadas em outubro. O cenário dos próximos três meses é de continuidade do decrescimento desse segmento, apontando queda de 0,3% em novembro, 3,2% em dezembro e 3,3% em janeiro.
“A deterioração dos pilares macroeconômicos que direcionam o consumo tem influenciado diretamente para o baixo desempenho do varejo desde o 3º trimestre do ano passado. Com agravamento do cenário em 2015, o IAV-IDV já acumula no ano, até outubro, retração real de 2,9%”, explica Luiza Helena Trajano, presidente do IDV.
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