O IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo) de agosto fechou com queda real de 8,7%, em comparação ao mesmo mês de 2015. O setor estima a continuidade dos resultados negativos nos próximos três meses, mas em um patamar menor. Os dados disponibilizados pelos associados sinalizam a mudança de cenário e as estimativas futuras são de -3,6% em setembro, -3,3% em outubro e de -0,7% em novembro. O IAV-IDV antecipa entre 30 a 40 dias os resultados da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE).
O setor de semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, apresentou em agosto queda real de 6,02% na comparação anual. Para os próximos meses, a previsão é de -1,15% em setembro, -1,23% em outubro e de -0,15% em novembro, em relação ao mesmo período do ano anterior. A inflação desse segmento acumulada em 12 meses, segundo o IBGE, atingiu 5,49% em agosto.
Já o setor de bens duráveis apresentou, novamente, o pior resultado no mês passado, com queda real de 10,24% em relação ao mesmo período em 2015. Para os empresários do setor consultados, a recuperação da confiança dos consumidores e a retomada do crédito continuam sendo os principais desafios para o segmento. A projeção deles para os próximos meses é de -3,45 % em setembro, -2,5 % em outubro e de -1,84 % em novembro de 2016. Já inflação acumulada desse setor ficou em 2,81%.
O segmento de bens não duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, food-service, drogarias e perfumaria, apresentou queda real de 8,90% das vendas realizadas em agosto, na comparação anual. O índice sinaliza -4,40% em setembro, -5,51% em outubro e -0,01% em novembro.
Nesse quesito, é importante levar em consideração que o setor de alimentação dentro do lar sente muito a pressão do aumento da inflação comum, e aumento médio de preços em agosto de 2016 foi de 16,79% no acumulado dos últimos 12 meses. Já o segmento como um todo, fechou no mesmo período inflação de 15,32%. O resultado nominal total de agosto de 2016, comparado com mesmo mês do ano passado, fechou em 1,97%.
Os pilares macroeconômicos que direcionam o consumo têm influenciado diretamente para baixo o desempenho do varejo, principalmente os indicadores de inflação, que estão muito acima da meta estabelecida, assim como o nível de desemprego, que alcança patamares iguais ao ano de 2011, a contínua desaceleração da massa salarial e o encarecimento e restrição na concessão do crédito.
O índice de confiança, outro indicador que possui forte correlação com comportamento de consumo, vem atingindo os piores patamares dos últimos anos.
A boa notícia é que nos últimos quatro meses o indicador cresceu, saindo do pior nível alcançado, em abril de 2016, desde o início do monitoramento da série, com 64,4 pontos, para os atuais 79,7 pontos em agosto, atingindo os patamares o começo de 2015. Tal resultado foi puxado, principalmente, pelo aumento de confiança da família em relação ao futuro.
Clique aqui e cadastre-se para receber informações exclusivas. É gratuito!