Franqueadora acredita que mulher tem “aproximação afetiva” com negócios voltados em educação

Depois de cursar o Ensino Médio nos Estados Unidos, Sylvia H. P. de Moraes Barros formou-se e voltou ao Brasil. Naturalmente, o domínio do inglês lhe valeu uma colocação como professora, e depois coordenadora, em uma escola de idiomas. “Mas minha intenção nunca foi ficar unicamente dentro da sala de aula”, confessa Sylvia. Por isso, cursou Administração de Empresas na Universidade Mackenzie.

Foi provavelmente esse gosto pela gestão que a ajudou a identificar uma oportunidade no mercado das escolas de idiomas. “A escola onde eu trabalhava só atendia crianças a partir dos dez anos de idade e eu sabia que havia uma demanda para o ensino de crianças menores. Comecei a pesquisar e descobri que não havia nenhum material de qualidade para esta faixa. Então, comecei a pesquisar no exterior e conheci a The Kids Club”, conta.

Em 1994 – no mesmo ano em que foi promulgada a Lei de Franquias no país – a The Kids Club chegou ao Brasil. Sylvia aliou seus conhecimentos em administração de empresas ao da língua inglesa e da cultura norte-americana para trazer a marca.  Ela acredita que ter aprendido metodologia dentro da sala de aula, como professora, foi muito importante para que desempenhasse suas funções. “Consigo tomar tanto decisões pedagógicas quanto de gestão. Isso é um diferencial no mercado”, avalia.

A máster-franquia foi pioneira e inovadora em diversos aspectos, desde o início. O modelo de franquias era recente no Brasil, assim como a existência de redes de ensino de idiomas e o fato de que a marca firmava parcerias com escolas e colégios para ensinar dentro dessas instituições com o método próprio da TKC. Mas talvez as maiores inovações tenham sido, de fato, a proposta de ensinar crianças a partir dos dois anos de idade e o modelo de negócio com baixo investimento inicial, em formato home-based, até então, pouco difundido no mercado de franquias. Sylvia começou a aplicar o método na escola que coordenava. O projeto serviu como piloto para a franqueadora.

Entre1994 e 1996, ela dedicou-se a adaptar o modelo de negócio e o material pedagógico usados na Inglaterra à realidade do Brasil. “O método TKC foi criado para ensinar francês a crianças da Inglaterra. Se compararmos as duas realidades, aprender o inglês no Brasil é essencial; enquanto que aprender francês na Inglaterra é totalmente supérfluo”, detalha.

O esforço deu certo. “Em apenas dois anos de atuação, já tínhamos 40 franquias no Brasil, o que mostra que o mercado estava ávido por um produto e um modelo de negócio como o nosso. Foi então que percebi que era necessário que eu me especializasse mais, além de adaptar o método da franqueadora internacional para a realidade brasileira”, relembra.

Por isso, a rede The Kids Club Brasil tem um método próprio, desenvolvido especialmente para as crianças brasileiras com o objetivo de suprir demandas específicas de nosso País. Nesse sentido, manter o negócio atualizado é, para Sylvia, um desafio.

Inovação – Sem outros “modelos” nos quais se espelhar e graças ao pioneirismo e à inovação conceitual que implantou, a TKC criou estratégias próprias para ter um desenvolvimento contínuo.

A franqueadora conta com parceiros que prestam consultoria permanente nas mais diversas áreas: pedagógica, jurídica e de gestão. A participação ativa em eventos do setor de franchising e a atenção constante na concorrência também são ferramentas que mantêm a The Kids Club em um lugar de destaque no mercado. Sylvia é formada pela Franchising University (Cherto), instrutora da ABF – Associação Brasileira de Franchising – e faz parte do Comitê Mulheres no Franchising.

A parceria com as editoras multinacionais MacMillan e Pearson – duas das mais importantes do mercado – permite à The Kids Club ter acesso às mais recentes novidades do mercado. “O que há de mais moderno e de última geração em termos pedagógicos está à nossa disposição”, avalia Sylvia.

Aos 43 anos, casada e mãe de dois filhos, de 6 e 12 anos, Sylvia aproveita sua experiência materna também nos negócios.  “Depois de ter filhos, passei a olhar as necessidades das mães como as minhas próprias necessidades”, diz. Ela afirma que sempre leva o material novo da TKC para que seus filhos vejam e que, a partir da reação deles, consegue perceber se o material terá ou não o resultado esperado. A aceitação das crianças aos diversos produtos da Disney – empresa com a qual a The Kids Club mantém parceria – também influencia na escolha do que será utilizado. “Minhas crianças são o tubo de ensaio da TKC”, brinca Sylvia.

Futuro – A meta da The Kids Club é dobrar o número de franquias nos próximos cinco anos. Para isso, a franqueadora já iniciou um trabalho intenso de reestruturação interna, com o objetivo de tornar mais eficiente e rápido o atendimento a franqueados e clientes. A implantação de um sistema unificado (franqueadora e franqueados) de gestão online especializado para o mercado de franquias também deve contribuir, aumentando a qualidade dos processos internos de gestão.

De acordo com Sylvia, o sistema ajudará em todos os aspectos do negócio: gestão financeira, processos administrativos, gestão acadêmica e prospecção de clientes. “O desafio é que todos os franqueados estejam integrados ao sistema dentro de no máximo dois anos”, diz. Com isso, ela espera que os franqueados da TKC possam estar mais disponíveis para nas questões pedagógicas e de conquista de alunos.

Em um cenário no qual as redes de ensino de idioma já estão descobrindo as crianças como nicho de mercado, para garantir o sucesso futuro, Sylvia vai além. A TKC implanta em escolas parceiras um projeto bilíngue, oferecendo aulas de inglês todos os dias, um grande diferencial para as escolas no mercado competitivo de hoje. Além disso, já oferece cursos fora da grade curricular normal, atendendo a uma demanda de crianças que passam o dia todo na escola, já que seus pais precisam trabalhar fora. O curso de inglês opcional, com aulas diárias, já é uma realidade”, orgulha-se.  

Mulher de negócios – Sylvia acredita que as mulheres conseguem adaptar-se melhor ao negócio voltado à educação. “A mulher se encanta, se apaixona pelo negócio. Tem uma proximidade afetiva que torna tudo mais interessante. E ela tem habilidades para lidar com pais, professores e alunos de uma maneira especial”, comenta. Na TKC, 95% dos franqueados são do sexo feminino.

E, para quem pensa que o cotidiano de trabalho impede Sylvia de conciliar sua vida pessoal e profissional, ela mais uma vez surpreende: “Jogo tênis, faço aula de canto. Desenvolvi um estilo de gestão que me permite descentralizar, delegar tarefas. Eu não quero apenas trabalhar na vida. Sou mulher e mãe, faço questão de meus filhos em suas vidas”, conclui. 

Simone Valente – Em Pauta

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