Muitos brasileiros têm o sonho de empreender, mas para a maioria sempre falta aquele empurrãozinho. Para Bruno Bernardo de Souza, o incentivo que faltava veio quando seu filho, Joaquim, nasceu. Franqueado do Armazém Fit Store em Atibaia (SP), Souza concilia a rotina da franquia de alimentos naturais e saudáveis com seu trabalho fixo como gestor de hotel.
“Quero deixar um legado para meu filho. Não é fácil ter dois empregos, trabalhar fora e ainda administrar uma empresa, mas saber que ele terá segurança faz tudo valer à pena”, diz Souza. O expediente no hotel é das nove da manhã às sete da noite, e depois de um dia corrido o empresário ainda trabalha na franquia e só encerra às 22h.
A unidade conta com a ajuda de dois funcionários muito bem treinados, mas isso não impede Souza de colocar a mão na massa. “Consigo administrar a franquia pelo computador e celular, mas pelo menos duas vezes na semana vou até a unidade para verificar o estoque, fechamento do caixa, limpeza. Se estiver algo sujo ou fora do lugar eu mesmo limpo e deixo tudo em ordem!”, garante.
Empresário e pai em tempo integral
Assim como muitos empreendedores, a rotina de Souza também não para durante os finais de semana. Ele e a esposa, professora autônoma de inglês e espanhol e responsável pelo marketing da unidade, não tiram folga nem de sábado ou domingo. Mas o motivo que o levou a abrir o próprio negócio nunca fica de fora dessa equação. Na verdade, ele está no centro de tudo.
“Não existe desculpa para não estar presente na vida do meu filho. O trabalho é puxado? É! A rotina é cansativa? Também! Mas todos os dias faço o café da manhã, preparo o lanche e levo ele à escola. E pelo menos um dia na semana a gente tem o ‘dia dos meninos’: ficamos juntos o dia todo, a gente brinca, faz bagunça, aproveitamos cada segundo!”, conta. Inclusive, Joaquim faz questão de saber como anda o trabalho dos pais na unidade, sempre perguntando como estão as coisas e animado para tomar um lanche no Armazém sempre que possível. “Ele adora, então está sempre por lá”, diz o pai e empresário.
Da mesma forma que uma empresa precisa de atenção e cuidado para crescer, o mesmo vale para os filhos. É verdade que a analogia pode ser um pouco exagerada, mas Souza não deixa a comparação passar em branco. “Se você é dono de um negócio tem que ser dono de verdade, arregaçar as mangas, fazer você mesmo. E se você é pai também tem que ser pai de verdade, olhar no olho do seu filho, ter tempo de qualidade com ele, ensinar, conversar, dar atenção. Vejo muitos pais empreendedores tendo um relacionamento superficial com seus filhos, e isso se reflete no trabalho. Não fazem bem nem uma coisa nem outra”, comenta. Para ele, tem que se entregar de corpo e alma.
Motivação para crescer
O empresário inaugurou a unidade em fevereiro deste ano, em plena pandemia, e optou por um negócio que fosse compatível com sua vida pessoal. Ele e a esposa fazem questão de ter uma alimentação saudável e balanceada, o que reflete diretamente na criação do filho que não come chocolate e também evita refrigerantes e outros produtos industrializados.
“Além de proporcionar segurança e deixar um legado para meu filho, minha prioridade é ensinar a ele os valores envolvidos em ter um negócio: a ética no trabalho, ter respeito por quem está lá junto com a gente, essas coisas são as que realmente importam”, afirma.
Se antes do filho ainda faltava algum incentivo para Souza empreender, agora não existe mais nada que o impeça de crescer ainda mais. “Quando a gente vira pai assume uma responsabilidade muito grande. Minhas atitudes impactam a vida dele, então tudo que eu faço é pensando no bem-estar e no futuro do meu filho”. Para ele, ter só um negócio é muito pouco e os planos para expandir já estão no horizonte – e dessa vez não precisa de empurrãozinho, é só uma questão de tempo.