Ser mulher, mãe, esposa, empreendedora e, de quebra, prosperar em meio à crise. Este pode parecer o descritivo de uma super-heroína moderna. Mas é, na verdade, o retrato de empreendedoras que têm se mostrado preparadas para tocar e fazer prosperar seus negócios sem descuidar dos demais aspectos que envolvem a vida feminina. “Sei que escolhi um empreendimento diferenciado, com um tipo de solidez menos vulnerável à crise. É diferente de ter uma loja de roupas, por exemplo, que sofre diretamente os impactos e os humores do varejo”, conta Camila Pimenta Rezende Soares, de 36 anos, franqueada da Amiste Café na cidade de Curitiba, no Paraná. A rede é especializada na locação de máquinas café e bebidas quentes, as chamadas vending machines, para o mercado corporativo.
A história de Camila é inspiradora, sobretudo para mulheres que desejam ter o seu próprio negócio, mas temem não conseguir lidar com o acúmulo de tarefas. “A primeira coisa para mim foi aceitar que eu não tenho perfil para ser dona de casa. Sempre trabalhei em empresas, principalmente na área de importação e exportação. Quando me mudei com meu marido de Londrina para Curitiba, porque ele havia recebido uma proposta de trabalho, surgiu junto a oportunidade de empreender. Seria a realização de um sonho antigo. Depois de ponderar prós e contras, percebi que era o momento de tentar”, relata Camila. A oportunidade que ela cita foi iniciar as atividades da Amiste Café em Curitiba como franqueada. A cidade, com forte cultura no consumo de bebidas quentes, era vista como estratégica para a rede que atua desde 2001 nesse setor.
A unidade curitibana da Amiste Café começou a operar no final de 2012 e, neste momento, Camila tocava o negócio sozinha. “Meu marido sempre me auxiliou muito, com ideias e dando suporte emocional. Mas, na prática, era eu que tocava o negócio. Até tínhamos vontade de empreender juntos desse o começo, mas necessitávamos dos ganhos que ele tinha no outro emprego para as contas da casa se manterem equilibradas enquanto a franquia se consolidava”, explica a franqueada.
O esforço valeu a pena: a carteira de clientes construída nos anos iniciais é, segundo a empreendedora, o fator principal para que a crise que afeta tantos negócios não seja sentida pela franquia. “Depois de conseguir estruturar esta carteira, o trabalho é mais de manutenção e expansão. É muito raro perdermos espaço”, assinala a empreendedora. A crise, inclusive, estaria até auxiliando o negócio. “Em algumas empresas, manter uma equipe para fazer café tem se tornado um gasto difícil de manter. As máquinas, como são práticas, oferecem o produto mesmo sem a mão de obra e com mais qualidade, afinal o cafezinho está quente e pronto para beber a qualquer hora. É algo que acaba nos fazendo estar na contramão das dificuldades enfrentadas por outros empreendimentos”, explica.
Em meio ao otimismo de continuar vendo seu negócio saudável, Camila faz questão de lembrar que precisou enfrentar, ainda, a chegada da maternidade, há dois anos. “Eu brinco que tenho dois filhos, um de quatro anos, que é a franquia, e outro de dois, que é meu pequeno”. Para que Camila pudesse dedicar-se durante seis meses apenas à tarefa da maternidade, o marido deixou seu emprego e cuidou do negócio para ela nesse período. “Logo depois ele se recolocou e eu voltei a cuidar da franquia. Sempre pensamos como família, mas quem está à frente do negócio sou eu”, aponta a empresária. Hoje o filho do casal estuda em escola de período integral. “Eu me sinto muito feliz e satisfeita fazendo o que faço e realmente acho que isto é muito importante para a saúde emocional de uma criança”, afirma.
Ter o marido de volta à franquia, como sócio ou administrador, é uma possibilidade para o futuro. “Acho que seria muito interessante, porque trocamos muito e sentimos que este é um negócio que, na verdade, pertence à família. Mas hoje as coisas estão bem estruturadas como estão. Este cenário pode mudar daqui um ano, quando pretendemos abrir outra unidade. Aí o trabalho será excessivo para mim. E ter a parceria dele, sem dúvida, está nos planos. Por enquanto, seguimos passo a passo”, finaliza a franqueada.
Na visão da franqueadora, o sucesso da empreendedora se dá pelo seu engajamento e dedicação. “Nós sempre tivemos a convicção de que o franqueado tem que estar no negócio. A unidade de Curitiba cresceu 26% em maio, comparando com o mesmo mês do ano anterior. É um índice que confirma essa visão de que nenhum negócio anda sozinho e o dono tem que estar presente”, avalia Eduardo Vicente, diretor de expansão da rede Amiste Café.
“Sem dúvida, termos um modelo de negócio diferenciado, de formação de carteira e de patrimônio para a vida, apresenta desafios no curto prazo, mas a recompensa vem quando essa carteira está montada e sempre se expandindo” completa Vicente.
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