O setor de serviços na cidade de São Paulo registrou faturamento real de R$ 35,2 bilhões em junho, a maior cifra já registrada para o mês desde o início da série histórica, em 2010. Houve crescimento de 7,3% em relação ao mesmo período de 2019, o que representa um acréscimo de R$ 2,4 bilhões nas receitas do setor. Contudo, segundo a FecomercioSP, a variação acumulada do ano ainda é negativa, com queda de 4,2%, o que significa um faturamento R$ 8,4 bilhões inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, atingindo a terceira queda consecutiva neste comparativo.
Os dados são referentes à Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS).
Das 13 atividades que integram o indicador, sete apontaram quedas no faturamento em relação a junho do ano passado: turismo, hospedagem, eventos e assemelhados (-79,1%); outros serviços (-30,2%); educação (-15,5%); saúde (-11,8%); serviços técnico-científicos (-7%); conservação, limpeza e reparação de bens móveis (-4,7%); e construção civil (-1,9%). Com quatro quedas seguidas, o setor de turismo continua chamando a atenção, já que, na cidade, o setor sobrevive de eventos, viagens de negócios e convenções em hotéis – atividades que ainda estão praticamente paradas.
Em contrapartida, os resultados de dois grupos influenciaram positivamente no resultado: serviços bancários, financeiros e securitários (16,3%); e serviços jurídicos, econômicos e técnico-administrativos (15,3%).
Ainda de acordo com a FecomercioSP, beneficiadas pela volta das atividades e por uma demanda reprimida, as receitas das empresas enquadradas no Simples Nacional deram sinais de recuperação (27,3%). O grupo de empresas contidas neste regime tributário registrou um faturamento de R$ 1,2 bilhão superior ao que foi observado em junho de 2019. Entretanto, em relação ao faturamento acumulado no ano, o grupo ainda sofreu queda de 3,3%. Em números absolutos, significa uma perda de R$ 6,7 bilhões.
A Entidade recomenda que os empreendedores tenham um planejamento financeiro estruturado e adequado à nova realidade, especialmente porque as consequências decorrentes da pandemia podem se prolongar ainda por mais algum tempo. Além disso, sugere investimentos no relacionamento com o cliente, diversificação nos canais de vendas – principalmente em plataforma digitais – e organização dos negócios em setores de mais potencialidade.
Nota metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS) é o primeiro indicador mensal de serviços em âmbito municipal. Utiliza informações baseadas nos dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Município de São Paulo e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O indicador conta com uma série histórica desde 2010, permitindo o acompanhamento do setor em uma trajetória de longo prazo. As atividades foram reunidas em 13 grupos, levando em conta as suas similaridades e a representação no total do que é arrecadado de ISS no município. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas, considerando a sinergia entre os municípios do entorno, os resultados refletem o cenário da região metropolitana.