Executivos do mercado imobiliário de oito países e cinco continentes falam sobre um mundo pós-Covid

Um encontro inédito, global e virtual foi realizado nesta quarta-feira, 3 de junho: o Real Estate World Connection. Promovido pela RE/MAX, ele reuniu executivos de oito países e cinco continentes para discutir as implicações da Covid-19 no mercado imobiliário e na economia como um todo.

A RE/MAX, vale sempre reforçar, é a companhia que mais vende imóveis no mundo – média de uma unidade a cada 30 segundos. Com 8.300 franquias espalhadas por mais de 115 países, sendo quase 400 delas em operação no Brasil, ela se destaca por sua capilaridade e mix de vendas diversificado. Faz todo sentido, portanto, que se proponha a medir a temperatura do setor e apontar caminhos para sua recuperação e crescimento.

Os números falam por si só. Transmitido pelo Zoom e pelo YouTube em dois canais (um deles com tradução simultânea em português), o Real Estate World Connection foi acessado em mais de 8,2 mil dispositivos e assistido por aproximadamente 20 mil pessoas em 42 países diferentes – o que inclui o Brasil e seus 26 estados e Distrito Federal. Ao final, encontrou vários pontos em comum, mas também algumas divergências, intensificadas por questões regionais.

Se por um lado, o Canadá, representado pelo vice-presidente da RE/MAX Chris Alexander, tem constatado uma recuperação rápida do setor – impulsionada por uma política de imigração liberal e baixo inventário de imóveis -, a Itália, segundo Dario Castiglia, CEO da empresa pra o país, tem como perspectiva uma reação lenta e gradual. “Os últimos três anos, porém, foram muito positivos”, afirma.

E o Brasil? Por aqui, medidas de flexibilização da quarentena estão começando a ser implementadas. Segundo pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), depois de um bom primeiro trimestre, houve queda de 38% das vendas de imóveis em abril ante o mesmo mês do ano passado. A RE/MAX, porém, nada contra a corrente.

Em maio, por exemplo, a empresa aumentou seu Valor Geral de Comissão (VGC) em 31% na comparação com 2019. E não se trata de um ponto fora da curva, pois, nos primeiros cinco meses do ano, esse índice ficou em 28,8%. “Só no primeiro trimestre, vendemos mais imóveis que em todo o ano de 2016. Nesse ritmo, teremos muito a comemorar no segundo trimestre também”, diz Peixoto Accyoli, presidente e CEO da RE/MAX no Brasil.

Futuro híbrido

Ao explicar os bons resultados, Accyoli menciona uso de tecnologia avançada para prospectar e fechar negócios, como aplicativos de assinatura de documentos digitais e de videoconferência, e intensa atuação dos agentes e colaboradores. Nesse sentido, há convergência com o que líderes de outros países falam.

Castiglia fala em um futuro híbrido, com o uso intensivo de tecnologia e o apoio fundamental de agentes e corretores. Alexander acredita que o relacionamento humano permanecerá no centro da transação, tanto mais agora que o consumidor, prestes a tomar umas das decisões de compra mais importantes de sua vida, se vê incerto quanto a um futuro pós-Covid.

Já Bernard Raskin, CEO da RE/MAX Israel, prevê uma mudança nas preferências dos consumidores. “Nos próximos meses vamos voltar ao normal, ao novo normal. No curto prazo, as pessoas terão prioridades diferentes, com um interesse maior por casas mais amplas, aconchegantes e com área externa”.

Participaram do Real Estate World Connection ainda Cesar Caceres, CEO da RE/MAX Paraguai; Adrian Goslett, CEO da RE/MAX África do Sul; Liz Duenas, CEO da RE/MAX Filipinas e Micronésia; e Ján Repa, Vice-Presidente da RE/MAX Internacional, com sede nos Estados Unidos. O vídeo, na íntegra, está disponível neste link.