De acordo com dados do Relatório Global de Gênero do Fórum Econômico Mundial, publicado em março de 2021, o Brasil ocupa a posição 93 no ranking que classifica o desempenho de 156 países em relação à diferença de gênero. Atualmente, 61,9% das mulheres e 80,1% dos homens compõem a força de trabalho, sendo que 39,4% dos cargos de gestão no País são representados por mulheres. Levando em consideração o ritmo atual, o mesmo relatório traz como previsão que a questão da disparidade de gênero será resolvida apenas daqui quase 69 anos, em média, na região da América Latina e do Caribe. Além das questões sociais, fatores como a sobrecarga de atividades domésticas e demais responsabilidades com o cuidado da família também são alguns dos principais desafios para a liderança feminina.
Visando estimular este público em diferentes segmentos de atuação, executivas de diferentes marcas revelam quais os principais desafios que enfrentaram para assumir uma posição de liderança no mercado de trabalho.
Calçados Bibi – Moda
“A moda exige flexibilidade, agilidade e muita criatividade. É necessário sempre ler e antecipar tendências e comportamentos futuros dos nossos consumidores. Toda nova coleção é um novo aprendizado, costumo falar que temos vários ‘anos’ em um só no nosso setor, cheio de conhecimentos e tudo passa muito rápido. Desenvolver o equilíbrio do curto prazo com o projeto futuro da empresa, resistindo às tentações do mercado, mantendo o foco, fortalecendo o posicionamento e propósito da marca sempre é um desafio. Além disso, tenho que conciliar os vários papéis que atuo hoje, de empresária, mãe, esposa, filha, irmã e tantos outros. Para harmonizar a vida e os sonhos profissionais e pessoais é necessário desenvolver e formar uma rede de apoio. São muitas agendas sob minha responsabilidade e cabe a mim saber formar, delegar e contar com pessoas de confiança para me apoiar nesta linda jornada. Um dos maiores desafios vividos profissionalmente, sem dúvida, foi enfrentar o início da pandemia, em março de 2020. Foi um teste de fogo. O início e durante os diversos meses da pandemia foi como dirigir um carro durante uma tempestade, não tínhamos visibilidade futura sobre quando as lojas físicas poderiam reabrir. Nosso guia, além do foco no caixa, foi resgatar os valores, seguir nosso propósito, acelerar os projetos de transformação digital, direcionar os times para a integração e foco na solução, e buscar em todas as ações a preservação da saúde das pessoas e o equilíbrio na relação com todos os stakeholders” – Andrea Kohlrausch, presidente da Calçados Bibi.
Royal Face – Beleza
“Nada é tão feminino e tem tanta conexão como empreender e ser mulher. Nós mulheres temos o privilégio de estarmos conectadas com tudo a nossa volta, e a intuição e faro aguçado nos dão decisões assertivas. Nunca desistimos, nunca nos deixamos fadigar, sempre dispostas a lutar pelo impossível. No meu negócio, é um privilégio vencer e trazer vitória para muitas mulheres que puderam ter acesso aos tratamentos e fazer parte do sonho das pessoas, podendo ajudá-las a se tornarem cada vez mais lindas com um tratamento de excelente qualidade e melhorando a autoestima de todos” – Andrezza Fusaro, fundadora da rede Royal Face.
Oral Sin – Saúde
“Creio que nós mulheres temos um modo mais sensível, maternal e mais intuitivo de liderar. Além disso, temos um dom natural para persistir e vencermos desafios. Apesar da tendência maior de agirmos mais com o coração que com a razão, considerando também uma pitadinha de maternalismo, creio que somado a todos os pilares que sustentam um bom líder, como estar sempre pronto para servir e ser empático, a liderança feminina tende a ser muito equilibrada e de alto impacto. Também não poderia deixar de ressaltar nossa alta resiliência, flexibilidade e grande habilidade de nos dividirmos em inúmeras funções, algo que já faz de nós líderes por natureza” – Layra Gabriella Pereira de Rezende, multifranqueada e responsável por seis unidades da Oral Sin no Brasil.